quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dourados: 2011, a volta por cima!


Mais um ano chega o fim! Luzes acesas em todos os lares, festas, sorrisos; movimento constante nas ruas, no comercio, abraços, confraternizações, troca de presentes, amigo secreto... seria tudo normal, pois, se finda mais um ano. Mas para nós douradenses, QUE ANO!
Dourados vivenciou em 2010 a sua mais intensa prova, ficou órfão politicamente- sem prefeito, vice, presidente da câmara e mais oito vereadores. Quem iria imaginar, nos tempos idos, que a cidade passaria pelo vendaval que passou.
Desde quando os pioneiros aqui chegaram dos sul e outros rincões do país atraídos pela terra produtiva, que mostra sua pujança na cor, passamos por diversas fases até que no dia 20 de dezembro de 1935 conquistamos a nossa emancipação política administrativa. Mais adiante fomos denominados de “cidade modelo”, pois, Dourados foi vista como uma cidade planejada com largas avenidas e bairros bem distribuídos, permitindo um trânsito tranquilo como é seu povo.
Hoje Dourados conquistou o status da segunda maior cidade do MS e busca freneticamente manter a postura de cidade de grande porte, com a vinda do shopping, hotéis, centro de convenções, reformulação do aeroporto, industrias. A cidade caminha. Embora tenhamos vivido o período mais vergonhoso e triste da história o povo douradense mostra que está sacudindo a poeira e busca dar a volta por cima. É assim que vemos e acreditamos. Tudo passa, e das cinzas como renasceu a ave Fenix, Dourados em 2011 renascerá mais forte e bela.
Parabéns Dourados pelos 75 anos. Em 2011 tudo será diferente, um recomeço de cabeça erguida, fé no futuro e amor no coração, pois, em teu solo existem pessoas de bem que te amam, que pensam e lutam entre glórias e sacrifícios para que a cada aniversário possas crescer e crescer e transformar-se não só em uma grande metrópole, mas em uma cidade mais humana, justa e saudável de se viver.

Crack: 20 anos destruindo vidas no Brasil


Em 2010, o uso do CRACK no Brasil, especificamente em São Paulo, completou 20 anos. Derivado da cocaína chegou ao país na década de noventa e por ser uma droga barata passou a ser consumida apenas nas periferias das grandes cidades, especialmente nas classes de maior vulnerabilidade social. Após 20 anos a droga literalmente se alastrou por todas as classes sociais e por todas as faixas etárias, não é mais de uso exclusivo de adolescentes, pois, entrou também no mundo dos adultos. O CRACK devido a sua popularidade se alastrou tanto que pode ser encontrado também nas pequenas cidades.
No início dos anos 2000, instituições ligadas à infância e a imprensa anunciaram uma provável redução do consumo em São Paulo, parecia que o problema do CRACK se reduziria, o oposto aconteceu, o consumo dobrou, como mostrou o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) através de levantamentos domiciliares realizados em 2001 e 2005. O motivo dos usuários para o consumo também se alteraram, em meados dos anos noventa, “a busca por sensação de prazer” era a justificativa da maioria. No final da mesma década, o consumo era estimulado pela compulsão, dependência ou como forma de lidar com problemas familiares e frustrações.
O avanço do uso de CRACK tem preocupado cada vez mais os profissionais da saúde no Brasil. Droga relativamente barata, seu uso tem se difundido rapidamente. É uma droga muito destrutiva, ocasionando danos graves em seus usuários. Tem destruído a vida de muitas pessoas, principalmente jovens e abalado fortemente os familiares.
O aumento rápido do número de dependente do CRACK vem multiplicando muito esse fenômeno que se soma às demais consequências funestas físicas, mentais, comportamentais, sociais e financeiras. O sistema de saúde foi pego desarmado para enfrentar de maneira eficiente esta demanda. Qualquer sistema tem tido dificuldade. Neste momento, algumas medidas iniciais começam aparecer. É necessário assumir, entretanto, que neste caso as medidas devem ser mais rápidas. Não há tempo para esperar. A ameaça já é grande.
Nossa sociedade passa por este desafio e a união dos esforços é que farão a diferença na contribuição para encontrar meios eficientes de minorar os problemas graves decorrente da disseminação desta droga. Em nossa cidade a ajuda das Entidades não Governamentais estão sendo de grande valia, porém, o poder público precisa estar atento para a demanda que existe em nosso município, precisamos de ações mais consistentes na busca do enfrentamento do CRACK, dos focos de distribuição, do trabalho preventivo com centralidade na família, na educação, na cultura, além de integrar melhor a rede existente de combate e tratamento, incluindo um melhor entrosamento entre a rede pública e os grupos de autoajuda. Ações aparentemente simples, baratas eficazes que poderão alterar positivamente o atendimento ao dependente químico.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Tempos de reflexão III


Os dias passam, o fim do ano se aproxima, é época de formular novos planos para o ano que chega. Festas, comemorações, alegrias, trocas de presentes... Mas, devemos ter o cuidado de não deixar que o mais importante de tudo fique esquecido, mergulhado no álcool, atolado na gula, isto é, o recolhimento espiritual do ser e a reflexão sobre mais um ciclo de tempo que passou, que nos envelheceu, tempo que não volta mais... a oportunidade de nos autoavaliarmos, de nos corrigirmos,  de apararmos as arestas, pois esse mesmo ciclo de tempo que termina e deixa seu rastro grisalho em nossos cabelos, nos mostra diuturnamente que não somos perfeitos.
Ao nos aproximarmos das festas de fim de ano nosso coração é invadido pela magia universal e torna-se mais macio, mais caloroso apontando para as oportunidades de reconciliação, de amar, de estender a mão à outra mão que tem frio, fome e desespero... Mas, mesmo assim, ultimamente parece que estamos muito ocupados com outras coisas, pois, há momentos em que as coisas do coração parecem ter perdido seu valor. Sejamos fortes! para que o bem continue a ser vencedor... vamos visitar aquele irmão que não conversamos há anos, aquele pai , aquela mãe que um dia brigamos e o amigo que por uma tolice deixamos na incompreensão...
O ano passa e nasce outra vez para que possamos avaliá-lo e nos autoavaliarmos. É oportunidade de vermos que o amor sempre foi o responsável por nossas vitórias mesmo quando nossas dores pareciam não ter mais solução. E que a sua ausência foi o que nos proporcionou as quedas que tivemos e as amarguras que obtivemos por ainda sermos um tanto imperfeitos, pois, “ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine”.
Dias sucederam dias e cá estamos novamente exauridos pelas brigas, pelos desentendimentos profissionais e familiares, pelas questões humanas, pelos obstáculos que transpomos. E a vida se renova alicerçada nas vitórias que obtivemos, pelos bons trabalhos que executamos, pelos amigos que apoiamos, pelas novas amizades que construímos, pois, é natal e a magia nos invade e renascemos nas cinzas do ontem apontando otimistas para os dias de amanhã.
A vida nos proporciona diversas oportunidades de sermos bons ou ruins, de caminharmos por caminhos tortuosos ou não, de nos atormentarmos pela vitoria do outro ou construirmos nossas próprias vitórias, perdemos muito tempo olhando o que o outro fez! E você? O que você fez? Isso importa muito para nossa paz de espírito, para a suavidade de nosso ser, de nossa integridade, para a chamada transparência do ser, para construirmos a insustentável leveza que temos que nos promete a felicidade, ah! Essa felicidade cantada em versos e em prosa, almejada por todos nós e que na correria do dia a dia a perdemos e quando tentamos encontra-la, ela se acha perdida num labirinto de difícil acesso!
Portanto, benditos sejam os finais de ano, para que no intervalo de um ano para outro, possamos nos encontrar conosco mesmo, com nossas deficiências, com nossas qualidades, com as oportunidades de melhoria, com as pessoas queridas e com Deus!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tempos de reflexão II


Só quem não é douradense pode esquecer e não mencionar os feitos e a saudade do radialista Jorge Antonio Salomão.... A rádio Club em seus tempos áureos foi palco de muita discussão. Entrevistas e assuntos de diversas ordens e serviços eram discutidos em seus programas...

Sempre que ouço conceituados radialistas que começaram com ele, lembro-me desse cidadão que muito contribuiu com a comunicação em nossa cidade, fato constatado pelos douradenses natos. Alegro-me ao lembrar dessa figura pragmática e cativante, quando sorridente nos recebia em seu local de trabalho para nos entrevistar e aí tem histórias variadas para contar!

Vou lhes contar uma entre tantas: quando ainda adolescente participamos do primeiro campeonato municipal de jogos estudantis na antiga AABB, onde hoje é o SESC, lembro-me como se fosse hoje, as arquibancadas de madeira lotadas e as torcidas entusiasmadas estremeciam o local e por nosso esforço e de nosso técnico Sultan Rasslam, fomos os primeiros campeões desses jogos, (os troféus estão na galeria da escola Presidente Vargas, o Estadual), onde íamos comemorar? Na rádio Club, que orgulhosos de nosso feito éramos entrevistados pelo radialista Jorge Antonio.

Depois crescemos, de adolescentes eufóricos viramos profissionais compromissados pela causa em que lutávamos, quem nos recebia, com a mesma forma carinhosa? O radialista Jorge Antonio...como não lembrar e como não nos emocionar diante de uma pessoa importante na nossa trajetória de vida, quanto ao fato de nos oportunizar a comunicação e incentivar naquilo em que fazemos para a realização de uma sociedade mais justa e igualitária.

Jorge Antonio Salomão além de um ícone na comunicação douradense se fez marcante na vida de gerações de douradenses que recordam dele de forma carinhosa. Ao Sr. Jorge um abraço que toda minha força espiritual permite, pois sei que ele, onde estiver, estará sorrindo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tempos de reflexão




Ao darmos um giro pela cidade já podemos observar luzes coloridas dançando, piscando (Papai Noel dizendo: Feliz Natal, Ho, Ho, Ho!) nas vitrines das lojas e em residências, anunciando que já estamos encerrando mais um ciclo de nossas vidas.

É interessante analisarmos os rostos dos transeuntes que passam admirando as vitrines e das pessoas que já se preparam para receber os familiares que moram distantes, ou se preparam para fazer aquela viagem dos seus sonhos, planejada ao longo de vários dias ou até anos! As pessoas nessa época do ano se parecem mais dóceis, mais amorosas, como se uma mágica se fizesse em suas vidas, todos se voltam para o Menino e querem de alguma forma agradá-lo! Trocam-se presentes, abraçam-se e desejam felicidades a todos! Refletimos o processo de nossas vidas, as idas e vindas, chegadas e partidas, e do quanto essa pausa após um ano de trabalho árduo nos beneficia para que possamos revigorar as nossas forças e colocar planejamentos em prática! Pois o que vale dessa vida são as realizações de nossos sonhos, e dia após dia vivermos com intensidade aquilo em que acreditamos, nunca perdendo o foco de nossa essência para que possamos sentir a plenitude do nosso ser!

Este ano foi para nós douradenses, um ano difícil, de enfrentamentos, de revelações, lavamos a roupa suja em casa, foi dolorido... mas aprendemos ao analisarmos os fatos, que essa vida tudo nos cobra, e que existe uma “lei maior” chamada de causa e efeito que vigora acima de todas as outras e nos mostra a fragilidade do ser humano quando age à revelia dessa “lei”. Ao findar de mais um ano seja você adolescente, jovem ou idoso, homem ou mulher, que possa idealizar, criar, lutar e fazer uma vida diferente. Porque o importante não é a vida que a gente leva, mas o que a gente leva da vida. E o que é a vida? Se não for vivida intensamente no bem! Então é Natal... E o que você fez?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

As mulheres e o poder


Nos meses de novembro e dezembro em que comemoramos 20 anos de campanha pelo fim da violência contra mulheres que se denomina “Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, gostaria de falar não da violência doméstica, a física, a psicológica, a sexual, mas, sim de uma que abrange todas as outras, que por causa “dela” ainda estamos no século XXI realizando campanhas de violência contra mulheres, que é o preconceito do “Poder”, considerado ainda hoje universo masculino!

Esperávamos muito da democracia, mas foi justamente ela que nos tirou a possibilidade de competirmos em igualdade com o universo masculino; mulheres não tem capacidade de votar, era lei não muito distante, lembramos também a citação do pensador Michel de Montaigne: “A mais útil e honrosa ciência e ocupação da mulher é a ciência dos cuidados domésticos”.

Essa cultura não deteve as mulheres, que embora temessem a instabilidade em seus lares, assumiram papeis considerados masculinos e se viram na dita jornada ampliada do trabalho, pois que ainda ocupavam/ocupam as suas funções domésticas nos cuidados dos filhos e maridos.

Embora a democracia tenha dificultado a ascensão das mulheres ao poder, elas vem se destacando em cargos de liderança até em sociedades consideradas mais conservadoras. No Brasil temos nomes notáveis de mulheres que buscam construir uma sociedade mais humana em consonância com sua sensibilidade, garra, persistência...

Portanto, antes de falarmos da Lei Maria da Penha e de sua aplicação efetiva, temos de discutir o contexto social, econômico em que estamos inseridos. Atualmente elegemos a primeira presidenta do país e já há algum tempo  mulheres ocupam cargos no legislativo, no executivo e no judiciário, mas ainda existe uma disparidade entre mulheres e homens no exercício do poder.

Diante da trajetória da mulher, de Hatishepsut (1479 – 1458 a.C) no Egito à Dilma Roussef, que promete dar continuidade ao governo do presidente Lula,  ainda temos um longo caminho à percorrer, de lutas e conquistas, de vitorias e derrotas, consolidando direitos e efetivando políticas que garantam a igualdade na participação, seja na vida pública ou privada, não deixando de vivenciar a sua essência de ser simplesmente MULHER!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bullying? O Que é Isso?


Bully: valentão, brigão
Verbo: ameaçar, amedrontar, oprimir, intimidar, maltratar.

Fenômeno muito discutido nos meios escolares, acadêmicos e entre psicólogos, que “compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro, causando dor e angustia e executadas dentro de uma relação desigual de poder, seja por diferença de idade, tamanho, desenvolvimento físico ou emocional, ou pelo apoio maior dos demais”.

Pioneiro em diagnosticar o bullying o professor norueguês Dan Olweus, fez uma pesquisa (1989) com cerca de 84 mil estudantes, 300 a 400 professores e mil pais e verificou que um em cada sete alunos estava envolvido nesta prática. Desde então o fenômeno teve repercussão mundial com campanhas nacional anti-bullying promovida pelo governo norueguês.

            Às vezes consideramos casos dessa natureza (o bullying) muito distante da nossa realidade, mas no Brasil bem como em Dourados já presenciamos fatos bastante graves relacionado ao bullying, temos de agressão seguida de morte em uma escola estadual e uma tentativa de assassinato em uma escola municipal.
            Por que nossas crianças e adolescentes se tornam sarcásticas, violentas, maldosas, o que as tem levado a praticar atos de extrema maldade? Não se pode generalizar as causas que levam as práticas do bullying, tudo tem de ser analisado criteriosamente e com muita dedicação.

            Teóricos apontam que geralmente são crianças e adolescentes “que pertencem a famílias desestruturadas com pouco relacionamento afetivo e cujos pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, oferecendo o comportamento agressivo ou explosivo como modelo na solução de conflitos, o que em tese, aumenta a probabilidade desses jovens se tornarem adultos com comportamento antissociais e/ou violentos”.

            Há uma divergência entre quem pratica mais bullying, uns apontam os meninos, outros as meninas, mas existe uma coerência entre os estudos: a forma de praticar é diferente entre os sexos. Meninos tendem a serem agredidos principalmente por meninos, meninas por ambos os sexos. Alunos mais novos tendem a exibir mais agressão física, em alunos mais velhos predomina as agressões verbais, e o local de maior ocorrência das agressões é dentro da escola na sala de aula e pátio.   As agressões podem ser consideradas diretas: verbais e físicas. Indiretas: atitudes de indiferença, isolamento e difamação.

            Vale ressaltar o cyberbullying que extrapola os limites da escola e decorre da utilização de novas mídias e tecnologia como recurso para divulgar segredos, ofender, denegrir, difamar e excluir.

            Grandes podem ser as consequências para as pessoas que são submetidas ao bullying, podem tornarem-se agressivas, inseguras, com baixo rendimento escola, baixa autoestima, gerar medo e ansiedade.
            Portanto, devemos enquanto educadores (somos todos!) observar os nossos pequenos, nossos adolescente e nossos jovens, buscando dentro do contexto social do qual estão inseridos, se desenvolver em paz e harmonia, para que a sociedade do futuro, pais, comunidades e escolas possam usar do seu tempo e recursos para realizarem coisas boas e felizes.

Uma palmadinha não dói?



A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha no jogo quando era criança. Nietzsche

Recentemente capa da Revista Psique “Ciência e Vida” e da Revista Veja, o novo projeto de lei que modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em seu artigo 18, onde fica vedado aos pais usar de castigos corporais de qualquer tipo na educação dos filhos, vem gerando polêmica em todos os meios: acadêmicos, profissionais e familiares.

Sendo a palmada uma cultura que atravessa gerações, no inconsciente coletivo a lembrança é de uma régua castigando através da palmatória, a violência doméstica através de “surras” corretivas, como forma de educar e mais recentemente os meios de comunicação vem retratando o absurdo do espancamento cometido por babás e empregadas do lar, inclusive em bebês com menos de um ano.

No Brasil muito ainda há de se fazer diante de tal fato, somos um país distante de discussões filosóficas, psicológicas... Como pessoas e famílias, totalmente isoladas de discussões e problemas do mundo, vão filosofar e concluir que o diálogo, a comunicação e a paciência com as crianças pode ser uma forma mais harmônica de se contornar o problema? O maior problema é sobreviver diariamente.

A palmada é só o ensaio de como será o restante da vida.
Se na cultura familiar a palmada funcionou, qual a razão de não fazer isso com o próprio filho?
O problema da violência doméstica é a geração de novas violências. A criança traumatizada pode tornar-se uma pessoa agressiva. E por mais que consiga, a princípio, superar as dores, suas cicatrizes poderão refletir nos seus filhos. Ou mesmo extraviar a raiva contida em outras situações que em algum momento o prejudicarão também.

Crianças continuarão fazendo suas travessuras quebrarão vasos, riscarão paredes, sujarão o tapete, assim como os adolescentes vão experimentar o cigarro, o álcool e vão tirar notas vermelhas na escola... o que pais, educadores devem saber é que são atitudes naturais de quem está investigando a vida e a desafiando, não se tira a necessidade do limite para tudo, mas o diálogo é mais interessante do que a agressão física, pois por um lado, a criança, em forma de desafio, repetirá em maior gênero, número e grau a ação castigada, ou por outro, será infeliz e não se dará ao direito de conhecer as coisas boas e ruins da vida.

Portanto, uma palmadinha não só dói fisicamente como psicologicamente! 

Gravidez na adolescência


Cresce consideravelmente casos de gravidez em adolescentes,não só em Dourados como em todo Brasil. Durante todo o ano passado foram registrados vários  casos de gravidez entre crianças e adolescentes, diga-se criança, pois que a faixa etária consta de 10 a 19 anos, o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) considera criança até 12 anos, sendo que houve registros de 10 a 14 anos e registros de   15 a 19 anos .

Os dados são alarmantes. Vale considerar que em um passado não muito distante, na década de 1940, a média de filhos por mulher era de 6 (seis). Essa média, calculada no ano de 2000, caiu para 2,3 filhos para cada mulher. Que merece reflexão é que o mesmo não acontece às adolescentes.

Pesquisas mostram que desde 1980 o número de adolescentes entre 15 e 19 anos grávidas aumentaram 15% são cerca de 700 mil meninas se tornando mães a cada ano no Brasil. Mais espantoso é que desse total, 1,3% são partos realizados em meninas de 10 a 14 anos.

O que levaria essas meninas a engravidar, tendo em vista que nunca foram tão divulgados os meios de prevenção à gravidez como nos dias atuais? O que  estão fazendo educadores, a família, e a mídia? De quem é a culpa? Onde está a falha, pergunta-se a sociedade.

Vários são os fatores que interferem nas decisões e ou imposições sofridas por essas mulheres-meninas. A falta de um projeto de vida, a falta de perspectiva futura, as dificuldades sócio-econômicas que muitas vezes levam precocemente ao trabalho, às ruas, deixando-as  vulneráveis as várias situações de risco sem contar com a brutalidade de um estupro acompanhado de gravidez.

Em Dourados, segundo dados fornecidos pelo CREAS , existem 9 (nove) casos de estupros acompanhados de gravidez em adolescentes. Vale a pena ressaltar que em nenhum caso houve pedido de aborto, já que nesse caso é permitido em lei.

Segundo profissionais que atuam na área de prevenção e assistência a adolescentes grávidas, um outro fator que contribui consideravelmente para o aumento desse índice é a mídia, destacando-se a televisiva, formando uma rede de informações e imagens de sensualidade, seja através de comerciais, novelas, filmes, conceito e modos de vida de artistas, ídolos das adolescentes. Já as revistas especializadas nesse tipo de exposição projetam, dessa forma, uma realidade ilusória, diferenciada do dia-a-dia, cheio de desafios para se enfrentar nessa faixa etária, onde o desenvolvimento se faz presente em todos os sentidos: biológico, emocional, psicológico...

Em contrapartida há que se considerar que as adolescentes de hoje são filhas de uma geração que, nas décadas de 60 e 70, também passou por conflitos e por um período de transição na educação, onde teorias encontravam-se contrapondo velhos conceitos educacionais e a psicologia, através de seus estudiosos, aplicava a liberação das iniciativas, incentivando a criatividade e o fortalecimento da personalidade do indivíduo.

Caminhos foram seguidos e caminhos foram perdidos. Hoje, através de  uma nova gama de estudos e teorias, profissionais compromissados buscam o equilíbrio e somam esforços a fim de proporcionar ajuda às famílias, educadores e aos próprios adolescentes que se tornam pais e mães prematuramente.

Progressos foram alcançados ao longo dos anos com a implementação de programas de prevenção e assistência à gravidez na adolescência, porém, pesquisas revelam que ainda temos um longo caminho a percorrer e que o sucesso desse desafio exige que teóricos, educadores, pais, órgãos competentes e que os próprios adolescentes estejam verdadeiramente compromissados, para que esses dados mudem e que realmente quando uma mulher engravidar, seja ela adolescente ou adulta, seja algo planejado e almejado, a dois.

Assistência social e assistencialismo




Aquilo que não me mata me fortaleceNietzsche

Embora estejamos no advento do século 21, com as informações agregando-se aos milhares, sem falar na velocidade em que circulam, defrontamo-nos ainda com definições errôneas em relação aos diversos serviços que surgiram no atual contexto, ocasionado justamente por essa velocidade tecnológica, que ora estamos inseridos. Entre eles, o Serviço Social.
A política de assistência social vem construindo há 17 anos uma nova forma de pensar, articular e executar serviços que englobam o atendimento do cidadão em situação de vulnerabilidade social.  Sai do assistencialismo caritativo e passa a ser considerado garantia de direito através da seguridade, buscando a justiça social no atendimento não contributivo.
Em Dourados não se faz diferente, acompanhando o desenrolar do que acontece fora do espaço circunscrito de nossa região, vimos lutando firmemente  pela transformação na vida daquele que luta pela sobrevivência e melhor qualidade de vida.
Assistência Social ainda é focada por uma visão histórica de que está ligada a uma ação paternalista e beneficente do poder público, associada geralmente ao assistencialismo. É visto como se fosse um ato de caridade, o que transforma o usuário em socorrido, tirando dele o caráter de cidadão, negando lhe gozar as prerrogativas, como usuário de um serviço a que tem direito.
No Brasil, a Assistência Social tem sua própria lei (Lei 8.742 de 07/12/93), a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), que delibera as concepções e os direitos a que dispõem todo o cidadão genuinamente brasileiro, sem distinção de credo, matiz, gênero, orientação sexual... esta lei veio para regulamentar o serviço de Assistência Social, tirando-lhe o aspecto e a visão distorcida, voltada para a caridade e o favor.
A LOAS, uma vez entendida, permite sabermos definir de uma forma concisa e clara, a diferença gritante entre o assistencialismo e a Política de Assistência Social. Nos leva a acepção de que o Estado não faz, nada-mais, nada-menos, do que sua obrigação em assistir aqueles que estão na margem da sociedade.
Cabe ressaltar ainda, que para consolidar definitivamente a Política de Assistência Social, foi implantado o SUAS (Sistema Único de assistência Social), nos moldes do SUS (Sistema Único de Saúde), através do Plano Nacional de Assistência Social, com centralidade na família, fortalecendo dessa forma, o que se encontra em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Acreditamos que todo trabalho realizado até hoje pela sociedade civil organizada, pelos órgãos colegiados e poder executivo, seja em um crescer contínuo e sistemático onde o ser humano é o centro e a preocupação geral é o bem coletivo!

Paz e Justiça Social.

sábado, 23 de janeiro de 2010





A lua e eu

Oh! Lua que espreita-me lânguida
Não deixes transbordar
A amargura escondida
Na escuridão do meu eu

Acolha-me em teus pesares
Pois que tu como eu
Resplandesce luz artificial

Diz-me onde beber em fontes
Puras e cristalinas
Onde captar a luz
Oriunda do eterno

Quero ficar a impregnar-me
Agora em ti, luz que vagueia
A esvaziar-me, mostrando
A beira do princípio
Para um novo fim



Volúpia


Entre risos e propostas
Felizes
De vida mundana
Segue
Procurando prazeres
Fáceis a divagar
Questões da vida não há
Pois chega o tempo
De procura
De gozos

Em passagens do hoje
Pois o amanhã não virá
Dizes que aproveitas
As coisas boas da vida
Em sentimentos miúdos
E por demais passageiros

Em tempo turva-se o olhar
E a névoa do dia chega
Na escuridão dos sentidos
Alegria mais não terás
Onde estão os risos?
As risadas, que foram tantas?

Caminhas a ermo
Em plagas indefinidas
E braços e afagos
Atenção e carinhos
De ti longe estás

Passam as horas
Os dias e a vida

Choras?

É o que te aguarda
Volta em um recomeço
E um novo sol
Em ti te aquecerás



Entre o Céu e a Terra

No silêncio da noite
Sem lua, sem nada
Ouço o compasso
Do meu coração
Que entre sentimentos
Confusos e hesitantes
Lembram coisas
Distantes

Pensamentos bailam
Em minha mente
Recordando ainda
Quando em outrora
Tudo era assim
Como em primavera
Que entre jogo
De cores e luz
Traduzia-se cantante
Esse pobre viandante

Então fez-se o dia
Surgiram outras
Estações
Flores se abriram e
Murcharam
Num fechar e abrir
D'olhos
Dum viver sofrer e
Morrer
Dum morrer feliz e
Viver
Na repetição contínua da vida
Eterna
Infindável

Então silenciou a noite
Que é mãe do meu medo
Guardiã do meu segredo




Trocadilhos II

Pergunto-me aos deuses
Por onde andei e
Como aqui cheguei
Os deuses não respondem
Por serem ainda pueris
Em suas respostas
Pergunto então a ti
Por onde andas, andou?
O que deixou e como
Me encontrou?
Responda-me tu se fores capaz!

Então encontraste-me
Assim pronta a amá-lo?
O que falta para a
Completude do ser?
Ah! Amado meu!
Quisera eu aprofundar
Nas conclusões da vida
A eterna vida que nos chama
A seguir por caminhos ermos
Que desvendamos e aprendemos
Em momentos de discórdia e dor
De amor e ternura
Para nos encontrar
Além no infinito
E feliz dizer:
Estou aqui, existo
Quero existir
Para em ti viver
E para ti morrer!


Jeito Criança

Me sento na namoradeira
E rio à beça
O seu jeito criança
Me convida
E eu me deleito
Conto estrelas
Sem medo das verrugas
Pois criança não
Pensa nessas besteiras
Na fantasia criada
Passam pirilampos
Saci pereres e
Fadas madrinhas
Realizando sonhos
Concretizando a
Nostalgia
E tudo é alegria
Tudo é magia!
Entrelaçados em contos
De um outro dia.



Abstrato

Então eu prossegui
Busquei vales, colinas
Vi paisagens exuberantes
Destruição também vi

Ouvi cantos, glórias
Ouvi lamentos, desesperos...
Admirei cores, sons
Luzes!
E nas trevas me perdi

Então eu prossegui
Busquei na escuridão
O tato daquilo que não vi
Negava-se-me a luz!
Oh! Deus dos desgraçados
Quão pesada é sua cruz!

Ouvi murmúrios, profanos
Gritos, desatinos
Blasfemei, revoltei-me
Juntei-me à todos...

E na silenciosa
Multidão sozinha
Me encontrei...



Procura

Ando por caminhos
Incertos
Procurando encontros
Inacabados

Ando por caminhos
Outros
Procurando encontros
Procurados

Ando por caminhos
Diversos
Procurando encontros
Desencontrados

Ando por caminhos
Certos
Procurando encontros
Eternizados



Trocadilhos III


Amo-te para além do infinito
Onde o sentimento
Se faz mais leve
Em seu sentir
Onde sonhamosos
Os dias de hoje
Na plenitude do amor
Onde o ontem foi, é,
O hoje traduzido em
Ternura e emoção
Onde o amanhã
Será o mais valer
Do ontem e do hoje
Completando a vida
A vida toda que
Na espera se completou...



A Deusa

A deusa a contemplar
O esplendor de seu amor
Estática espera o gesto
Que vá abrandar seu coração.

Que chora a mágoa contida
Num pranto sofrido
Corrompido no deslize
De uma flor!

Oh! Amado meu
Deveras clama por
Sua deusa.

O anjo abre suas asas;
E procura galgar em plagas
Sentidas no tempo
Infindo do início
Do sentimento único
Divaga, amor, maior amor!
Divagas pelas sendas de tua
Iluminada insanidade...



Vida e morte

À vida supõe-se sorrisos
Glórias e realizações
Vemos entretanto a morte
Uma figura isolada
Rodeada de vazios
E ausência por todos os lados

Da vida tiramos experiência
Somos por enquanto cada
Um, a vida
Que se apresenta às vezes
Como um labirinto sem portas

Vida e Morte
Que se completam
Se diferem
O casulo é vida ou morte?
A borboleta é morte ou vida?
Morre-se o casulo
Vive-se a borboleta...

Morte e vida
Dessa vida que me consome
Vida e morte
Dessa morte que me liberta
Dos limites do meu eu

Que por onde andei
E de muito encontrei
Da vida e da morte
Ainda nada sei



Suplica

Meu coração desvairado
Não obedece os comandos da minha mente
E louco de saudade
Clama por ti
Oh! Amado Meu!
Onde estás que não me vês?
Procuras-me em vão?
Encontras tu, subterfúgios
Para acalmar a sua dor?
Ensinas-me, por favor!
Pois que meu peito explode
Em um só clamor
Sentindo as agruras de
Uma vida sem fim
Desfacelada pela falta de ti
Não sejas egoísta
Mostras-me os mecanismos
Do alívio da dor
Diga-me: estou aqui
Hoje, sempre e eternamente
Estou, estarei
Oh! Amado meu,
Receba esta súplica
Que atravessa campos, colinas
Tempos e épocas
E chega até ti
Em afagos de ternura
Como lenitivo para o
Espírito acalmando a
Mente e acariciando
O coração!



Desejos de outrora

Existem estados em minh'alma
Que ultrapassa os sentidos
Navegam por rios
Jamais conhecidos

Procuram em vão
Deseperadamente
Exaustivamente
Atravessar a porta
Ultrapassar horizontes
Planar na imensidão
Do azul sem fim

E no aconchego
De teu macio braço
Adormecer embalada
Pela magia da brisa
A acariciar minha pele
Desvendando os desejos
DE outrora
Oh! Lua que espreita-me lânguida


Não deixes transbordar

A amargura escondida

Na escuridão do meu eu



Acolha-me em teus pesares

Pois que tu como eu

Resplandesce luz artificial



Diz-me onde beber em fontes

Puras e cristalinas

Onde captar a luz

Oriunda do eterno



Quero ficar a impregnar-me

Agora em ti, luz que vagueia

A esvaziar-me, mostrando

A beira do princípio

Para um novo fim



A dor do poeta

 
Qual anjo de luz
A buscar a imensidão
Do universo
Plaina por entre
Paragens de mansa
Meditação na amplidão,
No azul de tua alma
Volta ao tempo
Que verás, onde estão
Seus questionamentos
Para vê-los em ti
Meu doce poeta
Não chores, sofras consciente
O dia por vir
Te sorrirá
O que buscas em ti
Se perpetuará
E vidas, musas, glórias
Bailarão em tua mente
Sente! O vento bate à sua face
Te chamando para o entendimento
Contando-te de outrora
Num principiar de amor
Onde tudo era magia
E tu te deliciavas com o cantar
De teu coração criança
Dançando na chuva
Misturando tuas lágrimas
Com os pingos dela
Que clamava teu sorriso
Por entre promessas de pura
Eterna alegria



Uma lágrima


Uma lágrima pelo
Beijo roubado
Num mundo atolado
Apartado de mim

Uma lágrima pelo
Choro inocente
Da criança que sente
Num mundo esperança
Fome e dor

Uma lágrima para
Aquele que sonha
E pensa na dança
Onde expressa alegria
Para alem da fantasia
A falta de amor

Uma lágrima pelos
comandantes
Que hoje e dantes
consomem vitórias
Subjugam mentes
Impensadamente
Construidores
de seus abismos



A primavera

A primavera chegou
Sorriu pra você
Em seu sorriso tinha
Matises variadas
Cores lindas
A te saudar!

Você distraídamente
Nem percebeu
A estação florida...

Chegou o verão
O clima abafado
Te irritou e você praguejou
Trabalhou exaustivamente
Calorosamente
E o tempo passou

Então estava o outono
Que preguiçosamente
Te saudava...
Mas o clima ameno
Que sereno havia
Você nem sequer sentia

O inverno veio
Este te lembrou
Noites de aconchego
De vinho bom...
Mas que fazer?
A vida é exigente
E eu preciso viver!
É só um inverno
É só um bom vinho
Eu não quero me perder...

A primavera chegou
Sorriu pra você...
Onde a estação florida?



Crisálida

Contemplo ao longe
Tudo o que vejo
O que vejo não é o que almejo
Quisera eu ver
O que o coração sente
Mas tudo se turva
Em minha cansada mente

Quisera eu entender
As flores e seu perfume
Sentir em sua essência
Conversar com os pássaros
E deles tirar a alegria de viver

Quisera eu ter a paciência
Das árvores, parar analisar
Observar e morrer
Nascer em vidas novas
Começar como semente
Aprender como se sente
E louca somente louca
Se fechar em casulo

Quisera eu morrer infinitas vezes
Apagar, esquecer, aprender
Chorar o choro desvairado
De quem por tudo sofre
Por tudo vive e por tudo
Alucinadamente espera!
Rostos desfilam
Em minha frente
Semblantes de diversos
Sentimentos

O que se passa na mente
Daquela que se vislumbra
Tristeza e dor?

E aquele que galhardamente
Caminha, como se estivesse
Conduzindo em seus ombros
O mundo!
De seus sonhos...

E outros que sorrateiramente
Rasteiam pela vida
A falta dela

Oh! vida de mudanças
Qual é o seu itinerário?
Tempo de discórdias?
Quando a verdade?
Quando a igualdade?
Veracidade
Liberdade
Rima com maldade?

Então estamos aqui
É domingo de eleição
Pensamentos vagueiam
Pela cidade em atsmofera
De incertezas
Revoltas,
Esperanças não mais!

Onde tudo antes
Era fantasia e sonhos
Hoje a dura relidade
De onde estamos
Em tempo de Realit Show
Da vida real

Das emoções contidas
Do grito na garganta
Para além da imaginação
No mundo das idéias
O mundo ideal!



Ser ou não Ser

A dor pungente
Que brota em meu peito
Não nasce de mim
Nem de você
Nasce da angustia
Do antes do ser
Do ser ou não ser
Do ser pelo saber

A dor pungente
Que brota em meu peito
Tem fontes oriundas
De questionamentos
Infindáveis
Onde mora a razão
Da teimosa emoção
Que insiste em sentir
A verdade risonha
Dos tempos de infância

A dor pungente
Que brota em meu peito
Não nasce de mim
Nem de você
Se faz aqui e ali
Em composição dos atos (e átomos?)
Do dia, da noite
Do maravilhoso
Tenebroso, miraculoso
Do certo e duvidoso
Do antes do ser
O ser ou não ser
Do ser pelo saber!



República


Liberdade, liberdade
Abre as asas sobre nós
Onde a República?
Hoje, nossa algós?

Na inconfidêcia mineira
Os desejos, as lutas
Esperanças, mortes!
Herói! foste tu
Que o legado deixou
Para seguidores profanos
Onde correm nos céus
Os ventos transparentes!

A nostalgia nos invade
Em busca de novas eras
Que no passado distante
Sonhamos novas quimeras

Chegaremos enfim
no mundo dos sonhos?

Para saciar nossa fome
De justiça, soberania
Altivez!
Novos rumos
Novas lutas
E vitória, enfim!
Utopia, será outra vez?

Liberdade, liberdade
Abre as asas sobre nós
E a República
Se faz nossa algós?



Quando Penso

Quando penso na vida
De tudo quero tirar
Da flor amiga, o néctar
Da lua, as noites de luar!

Quando penso na vida
Em ti quero estar
Saborear o prazer
Do teu toque
Aconchego do meu enternecer

Quando penso na vida
De minhas vidas, meu viver
Da alegria das horas
Que da noite escura
Fez meu dia renascer
Em ti, em tudo, em nós
Quero morrer!



Meu Existir


Então eu me sinto assim
Não sei se você vê
É um quê de tristeza e dor
Ou um misto de dor e tristeza

Então é assim que me sinto
Cantarolante pela vida
Em outras vidas cantante
Em cores e sons
Dançante!

Então consigo me sentir
Não sei bem de onde nem porque
Da dor profunda ensaiada
Espraiada em meu viver!

Chego a palpar o que não vês
Da alma ao infinito
Do sentir
De gotas, em conta-gotas
Todo o meu existir!



O sangue que corre

Em minhas veias corre
Um sangue que perpassa meu coração
Fazendo um ribombar alucinado
Alucinante, em compassos
Torturantes de minha vida sem fim

Em minhas veias corre um sangue
Que quase morno enfraquece minha alma
Se compadesse de meus lentos
Momentos de tristezas e dor

Em minhas veias corre um sangue
Que como fios de um vulcão incandescente
Queima minha pele
Expele minha alma de meu corpo
Que tórrido se agita e morre
Lentamente nessa imaginária
Vida utópica
Fraca
Voluptuosa
De uma terra de ninguém

Em minhas veias corre um sangue
Que escorre por meus olhos
Externando o grito de alerta
Pela explosão que desfalece
O ser...

Vidas Peregrinas


Das vidas em que por elas andei
Não sei que marcas deixei
Queria na verdade
Cantar
Dançar
Expandir sentimentos
Que embalados em gestos de ternura
Fossem todos expressos
Em sorrisos permanentes
Da alegria da alma!

Ah! Como eu queria!
Que de mim expelisse
Toda a magia
Do que realmente existe
No interior d'alma minha
Para que de novo
Pudesse então
Enfim chorar, sorrir
Desdobrar em mil pedacinhos
De estrelas cintilantes no céu
Que contariam
Aos antepassados e "antepresentes"
As glórias minhas

E todas juntas formariam
O único universo do meu ser!




Resposta Ao Meu Anjo


Em que lugar do tempo
Parou meus sonhos?
Que de fragmentos em fragmentos
Construiu um outro momento

Não foi hoje quando aqui estive
Nem foi ontem
Quando construí castelos
Que foram de areias
Espaços frágeis
Da memória perdida

Das lembranças que tive
Dos sonhos meus
Só uma perdura
Aquela em que estivestes
Reconfortando a alma
Fortalecendo o coração

E de paragens em paragens
Apeguei-me a ti
Que na própria busca
Me encontrou

Percorremos caminhos diversos
Uma vez na união
Outra na solidão
Encontraste-me enfim
Um outro momento acontece

Rasgam-se conceitos
Surgem idéias
E como o casulo
Que aguarda pacientemente
A libertação
Alçamos outro vôo
Para alem do infinito



Velório

Oh! Deus dos desgraçados
Que promove a vida
E dela leva à falência
Em passos contínuos
Da ingenuidade
À maturidade
Entre adorações de deuses!

Da idolatria estúpida
Pela inoperância
De todas idéias e ideais

Quando o começo era o fim
Tu me disseste que era
A vida!
Eu te vi por ilusão
Nos rostos de criaturas
Que diziam: É meu pai, meu denhor!

Onde estás nessa imensurável
Roda gigante
De ciclos de vida e morte
Severinas, peregrinas

E tu? Que queres?
Meu choro? Minha ira?
Minha dor? Meu despreso?


O Desterro de Minha Alma

Sofre minha alma
Por inúmeras coisas
Grandes
Pequenas
Quase grandes
Quase pequenas
Insignificantes
exuberantes
Fortes
Calmas

Sofre minha alma!
Porque não sofrer?
A vida me abate
E num bate-bate
Quase exangue
Venço-a!

Vida pequena
Que de tão grande
Engolfa meu viver
E num vem e vai
Num vai e vem
Passa assim
Rente a mim
Agarro-a
Sofro-a
Embebedo-me
E na embriagues
Perco-me

Acho-me um pouco
Mais distante
E para alem das dores
Amores
Sobressaio
Do pó que fui
Sou brisa e sereno
Sou raio e luar
Noite, dia
Que da fantasia
Surge outra vida

Então, quem me dera!
Em outro dia viver
Um outro mundo habitar
Que do pequeno
O príncipe
Poder plagiar
Um mundo sonhar

Mas que ironia
Nasce um novo dia
Para desterro de minha alma!


Cinderela

Um sono profundo
Envolve meu viver
Que da noite escura
Esconde meu sofrer

Manto azul
Na miragem da imaginação
Profana
Que da passarela
Em passos de cinderela
Ousa passar

Cega meus olhos
Em imagens inúteis

Quebrantos insanos
Entorpecem-me
Do pêndulo, as horas
Marcam o meu sofrer

Pirilampos, fantasias
Murmúrios
Basta!
Volta a alegria

As nuvens brancas
Dissolvidas em pingos
Encharcam minha pele
Que morena
Se sacia
No doce embalo
Dessa poesia!



Impunidade: de volta o “Palavrão”

O Brasil todo está a discutir esta tremenda palavra: IMPUNIDADE! Pena que de forma fragmentada e isolada.
Para discuti-la com severidade e seriedade seria necessário analisarmos o nosso cotidiano, a nossa sociedade, a nossa cultura.
Se pegarmos o foco em discussão atual: a inimputabilidade, em decorrência da faixa etária, a discutiremos de forma isolada e ineficaz. O crime cometido recentemente, que chocou todo o país e escancarou a reflexão sobre mudanças nas LEIS, uma delas o ECA ( Estatuto da Criança e Adolescente), vem dizer ou melhor nos alertar dos caminhos que percorremos para chegarmos até aqui: Sendo capazes de cometer crimes bárbaros, que sobrepõem à imoralidade, são amorais, segundo o filósofo Peter Singer.
Que caminho é esse?
Em um país onde a cultura perpassa por: “jeitinho brasileiro”, tudo é permitido quando se tem um JEITO para camuflar uma ação nefasta, a falta de ética cotidiana através de pequenos atos, onde os exemplos são dados e passados dos maiores para os menores, os políticos têm uma enorme contribuição... A questão é mais séria do que imaginamos, quando começamos (a sociedade) a praticar pequenos delitos: não pagar seus impostos, não obedecer leis de trânsito, não respeitar o próximo, colocar sempre seus interesses individuais acima do coletivo, falta a ética para essa sociedade. No dia-a-dia achamos que essas pequenas ações não interferirão, mas ao longo do tempo a moral da comunidade é afetada de todas as formas, cria-se uma cadeia na construção de uma sociedade pervertida, onde valores éticos, morais são invertidos! Pode-se tudo. Exemplos de corrupções em todas as escalas são dados, uma insegurança se apodera de todo o Brasil, o que fazer? Culpar nossas crianças e adolescentes? Culpar a família? Uma pessoa isoladamente?
São Jorge, empresta-me o Dragão! Pois essa luta é grande, há que se começar tudo de novo, se quisermos uma sociedade que transmita valores rígidos para os que estão em formação, terá que começar por ela própria!
Por onde? Chamando todos à prática das LEIS BÁSICAS, respeitando a si próprio, ao próximo e a cidadania!

*Psicopedagoga, especialista em Família e Políticas Públicas
itacianasantiago@gmail.com