terça-feira, 16 de novembro de 2010

As mulheres e o poder


Nos meses de novembro e dezembro em que comemoramos 20 anos de campanha pelo fim da violência contra mulheres que se denomina “Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, gostaria de falar não da violência doméstica, a física, a psicológica, a sexual, mas, sim de uma que abrange todas as outras, que por causa “dela” ainda estamos no século XXI realizando campanhas de violência contra mulheres, que é o preconceito do “Poder”, considerado ainda hoje universo masculino!

Esperávamos muito da democracia, mas foi justamente ela que nos tirou a possibilidade de competirmos em igualdade com o universo masculino; mulheres não tem capacidade de votar, era lei não muito distante, lembramos também a citação do pensador Michel de Montaigne: “A mais útil e honrosa ciência e ocupação da mulher é a ciência dos cuidados domésticos”.

Essa cultura não deteve as mulheres, que embora temessem a instabilidade em seus lares, assumiram papeis considerados masculinos e se viram na dita jornada ampliada do trabalho, pois que ainda ocupavam/ocupam as suas funções domésticas nos cuidados dos filhos e maridos.

Embora a democracia tenha dificultado a ascensão das mulheres ao poder, elas vem se destacando em cargos de liderança até em sociedades consideradas mais conservadoras. No Brasil temos nomes notáveis de mulheres que buscam construir uma sociedade mais humana em consonância com sua sensibilidade, garra, persistência...

Portanto, antes de falarmos da Lei Maria da Penha e de sua aplicação efetiva, temos de discutir o contexto social, econômico em que estamos inseridos. Atualmente elegemos a primeira presidenta do país e já há algum tempo  mulheres ocupam cargos no legislativo, no executivo e no judiciário, mas ainda existe uma disparidade entre mulheres e homens no exercício do poder.

Diante da trajetória da mulher, de Hatishepsut (1479 – 1458 a.C) no Egito à Dilma Roussef, que promete dar continuidade ao governo do presidente Lula,  ainda temos um longo caminho à percorrer, de lutas e conquistas, de vitorias e derrotas, consolidando direitos e efetivando políticas que garantam a igualdade na participação, seja na vida pública ou privada, não deixando de vivenciar a sua essência de ser simplesmente MULHER!

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