A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha no jogo quando era criança. Nietzsche
Recentemente capa da Revista Psique “Ciência e Vida” e da Revista Veja, o novo projeto de lei que modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em seu artigo 18, onde fica vedado aos pais usar de castigos corporais de qualquer tipo na educação dos filhos, vem gerando polêmica em todos os meios: acadêmicos, profissionais e familiares.
Sendo a palmada uma cultura que atravessa gerações, no inconsciente coletivo a lembrança é de uma régua castigando através da palmatória, a violência doméstica através de “surras” corretivas, como forma de educar e mais recentemente os meios de comunicação vem retratando o absurdo do espancamento cometido por babás e empregadas do lar, inclusive em bebês com menos de um ano.
No Brasil muito ainda há de se fazer diante de tal fato, somos um país distante de discussões filosóficas, psicológicas... Como pessoas e famílias, totalmente isoladas de discussões e problemas do mundo, vão filosofar e concluir que o diálogo, a comunicação e a paciência com as crianças pode ser uma forma mais harmônica de se contornar o problema? O maior problema é sobreviver diariamente.
A palmada é só o ensaio de como será o restante da vida.
Se na cultura familiar a palmada funcionou, qual a razão de não fazer isso com o próprio filho?
O problema da violência doméstica é a geração de novas violências. A criança traumatizada pode tornar-se uma pessoa agressiva. E por mais que consiga, a princípio, superar as dores, suas cicatrizes poderão refletir nos seus filhos. Ou mesmo extraviar a raiva contida em outras situações que em algum momento o prejudicarão também.
Crianças continuarão fazendo suas travessuras quebrarão vasos, riscarão paredes, sujarão o tapete, assim como os adolescentes vão experimentar o cigarro, o álcool e vão tirar notas vermelhas na escola... o que pais, educadores devem saber é que são atitudes naturais de quem está investigando a vida e a desafiando, não se tira a necessidade do limite para tudo, mas o diálogo é mais interessante do que a agressão física, pois por um lado, a criança, em forma de desafio, repetirá em maior gênero, número e grau a ação castigada, ou por outro, será infeliz e não se dará ao direito de conhecer as coisas boas e ruins da vida.
Portanto, uma palmadinha não só dói fisicamente como psicologicamente!
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