quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Crack: 20 anos destruindo vidas no Brasil


Em 2010, o uso do CRACK no Brasil, especificamente em São Paulo, completou 20 anos. Derivado da cocaína chegou ao país na década de noventa e por ser uma droga barata passou a ser consumida apenas nas periferias das grandes cidades, especialmente nas classes de maior vulnerabilidade social. Após 20 anos a droga literalmente se alastrou por todas as classes sociais e por todas as faixas etárias, não é mais de uso exclusivo de adolescentes, pois, entrou também no mundo dos adultos. O CRACK devido a sua popularidade se alastrou tanto que pode ser encontrado também nas pequenas cidades.
No início dos anos 2000, instituições ligadas à infância e a imprensa anunciaram uma provável redução do consumo em São Paulo, parecia que o problema do CRACK se reduziria, o oposto aconteceu, o consumo dobrou, como mostrou o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) através de levantamentos domiciliares realizados em 2001 e 2005. O motivo dos usuários para o consumo também se alteraram, em meados dos anos noventa, “a busca por sensação de prazer” era a justificativa da maioria. No final da mesma década, o consumo era estimulado pela compulsão, dependência ou como forma de lidar com problemas familiares e frustrações.
O avanço do uso de CRACK tem preocupado cada vez mais os profissionais da saúde no Brasil. Droga relativamente barata, seu uso tem se difundido rapidamente. É uma droga muito destrutiva, ocasionando danos graves em seus usuários. Tem destruído a vida de muitas pessoas, principalmente jovens e abalado fortemente os familiares.
O aumento rápido do número de dependente do CRACK vem multiplicando muito esse fenômeno que se soma às demais consequências funestas físicas, mentais, comportamentais, sociais e financeiras. O sistema de saúde foi pego desarmado para enfrentar de maneira eficiente esta demanda. Qualquer sistema tem tido dificuldade. Neste momento, algumas medidas iniciais começam aparecer. É necessário assumir, entretanto, que neste caso as medidas devem ser mais rápidas. Não há tempo para esperar. A ameaça já é grande.
Nossa sociedade passa por este desafio e a união dos esforços é que farão a diferença na contribuição para encontrar meios eficientes de minorar os problemas graves decorrente da disseminação desta droga. Em nossa cidade a ajuda das Entidades não Governamentais estão sendo de grande valia, porém, o poder público precisa estar atento para a demanda que existe em nosso município, precisamos de ações mais consistentes na busca do enfrentamento do CRACK, dos focos de distribuição, do trabalho preventivo com centralidade na família, na educação, na cultura, além de integrar melhor a rede existente de combate e tratamento, incluindo um melhor entrosamento entre a rede pública e os grupos de autoajuda. Ações aparentemente simples, baratas eficazes que poderão alterar positivamente o atendimento ao dependente químico.

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