terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA




Ficamos em dúvida quanto ao caminho percorrido pelo ser humano para chegar aonde chegou, tendo como base toda uma conjunção de valores preconizados pelos filósofos, historiadores, religiosos. Sendo que o último sempre ditado em altos brados e dito incorporados nos corações humanos, com grandes recompensas pós-morte. Acontece que observamos com cautela o comportamento das pessoas e suas atitudes na vida em sociedade. Seja no ambiente profissional, familiar, político, enfim qualquer que seja o meio que esteja inserida. Ora somos, ora estamos, conforme melhor nos apraz, a instabilidade é uma constante, a ausência de propósitos, a fragilidade das personalidades, ante as questões que lhes são impostas.

Inconscientemente somos aquilo que nos convém, quero estar no melhor lugar, não me importando quem vou prejudicar o que me preocupa é meu bem estar, o colega da mesa ao lado é simplesmente “o colega da mesa ao lado”, dane-se o resto!

As pessoas parecem tomadas por um senso de urgência, um imediatismo subserviente, através dos quais se manifestam em defesa de interesses de curto prazo, pontuados isoladamente, temporalmente e espacialmente, como se estivessem desconectadas do organismo social. Quando presenciamos fome coletiva, dependências químicas, depressões, guerras íntimas, internas, não precisamos ir muito longe e nem defender teses de mestrado e doutorado para concluirmos que tudo é proveniente da discrepância das atitudes do animal pensante humano!

Políticos fazem alianças historicamente incongruentes em troca de alguns minutos adicionais no horário eleitoral gratuito, ou para ganhar vantagens sobre outros colegas concorrentes, independentemente da dissonância ideológica e pragmática futura em caso de êxito no pleito. Profissionais travam um verdadeiro jogo de xadrez em seus locais de trabalho, prejudicando o colega da mesa ao lado em lances ardilosos engendrados nos corredores e nas pausas para o café, em busca de uma notoriedade que pretensamente lhes venha conferir um olhar diferenciado do chefe. Amigos cultivados ao decorrer de anos capitulam nos momentos mais críticos, negligenciando ajuda e apoio. Familiares desagregam-se ao primeiro sinal de dificuldade econômica. Pais pregam a ética a seus filhos, quando eles mesmos infringem as leis (que acham sem importância, como do transito, por exemplo) , tendo-os por testemunhas.

Há uma inversão recorrente dos valores, da ética, da moral, do caráter. As pessoas deixam de ser o que sempre foram e passam a ser o que lhes convém, pois que vivemos num mundo atualmente veloz e competitivo onde quem não tem a alma pequena acorda no outro dia em desvantagem. Estamos esquecendo o que é, e o que representa o amor em todos os aspectos de nossa existência. Estamos ficando afetivamente cegos devido a ganância que move o mundo moderno.

A análise perpassa pela questão de onde chegaremos com tais atitudes? Qual é o contexto social que viverá a geração futura? Quem está certo? Quem está errado? Eu sou ou eu estou? Qual é meu senso de justiça? Ele é pautado em meus valores religiosos, familiares, social, ou tudo isso é conto da carochinha? O que eu espero da vida? Lembre-se ela sempre devolverá aquilo que tivemos a capacidade para ofertar.

Que a lucidez comportamental possa caminhar passo a passo junto de todos nós, tendo em vista que precisamos ser para poder estar!



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