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Dilma quando presa na ditadura militar 1964/1985 |
Dilma Presidente |
Enquanto os homens exercem seus podres poderes Matar de fome, de raiva e de sede São tantas vezes gestos naturais (...) Caetano Veloso
“O maravilhoso espanto com a dimensão visível daqueles pequenos grupos, agora reunidos, consolidou uma imagem evocada cada vez que os que o viveram falam sobre os movimentos sociais da década passada. [...] o que acontecera na manhã de 1° de maio de 1980 parecia condensar a história de todo movimento social que naquele dia mostrava sua “cara ao sol”." Com este parágrafo de Éder Sader, vamos iniciar nossa reflexão da semana.
Durante toda a história da humanidade tudo o que se conquista é a base de luta e organização, foi assim com fim da escravatura, com a conquista dos direitos da mulher, com os direitos trabalhistas, direitos da criança e adolescentes, movimentos homossexuais, movimentos dos sem terra, sem teto, nada, mas nada mesmo, foi conquistado sem lutas (deve ser esse o motivo da força e coragem de quem até morre por seus ideais: o sabor inebriante da vitória, do desafio).
Estamos vivenciando um momento histórico agora no Brasil, como os que aconteceram na época da ditadura, onde os jovens se organizavam através da criação de partidos e movimentos, em busca de melhorias e liberdade para a nossa gente, nesses movimentos, inclusive armados, muito bem estruturados, estava uma jovem atuante, que tinha ideais e brigava por eles, com toda a força de sua juventude e sonhos, era a então estudante Dilma Vana Russeff, que foi presa e supostamente torturada pelo “comando” da época, as Forças Armadas.
O tempo passou, alguns êxitos foram alcançados e outros se perderam no meio do caminho. Dentre as lutas por melhores condições de trabalho e salários condizentes com a dignidade do trabalhador vimos à frente outro nome significativo para a classe trabalhadora como aconteceram nas greves do ABC, com o presidente do sindicato da época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comandando milhares de operários em paralizações sistemáticas, que foram tomando força em todo território nacional, na reivindicação de melhores salários e melhores condições de trabalho. Até aqui tudo bem, é assim que se constrói uma nação democrática, onde todos têm direito a reivindicar seus direitos!
O que está acontecendo portando com o atual movimento dos policiais, militares, civis, bombeiros? Os valores mudaram? As classes trabalhadoras não podem mais realizar os seus movimentos? Caracterizam-nas de atos vândalos e de desordem, mas a quanto tempo se vem cogitando o baixo salario desses trabalhadores? Estamos todos surdos e mudos e cegos? Quanto vale para mim e quanto vale para você aquilo que almejamos? Será que no decorrer do tempo meus valores mudam? Meus sonhos são soterrados pela maravilhosa visão do poder? A quantas forças e concepções valem a minha soberania? Quem antes foi perseguida e presa totalmente desprovida de poder lutar por uma causa, hoje recorre a mesma instituição -que a caçava pelo país-, para cercear e refrear seus irmãos compatriotas, que muito sofrem e morrem em defesa da vida de outrem!
A presidenta Dilma, participava de organizações (armadas) que lutavam pelo que achavam ser o sistema político correto na época, o que mudou? Os trabalhadores de ontem não são como os de hoje? Não tem fome igual, família igual, dignidade igual? Não estou defendendo a anarquia e sim a coerência das atitudes, o que era bom ontem para o povo brasileiro, é bom hoje, os direitos conquistados tem que ser considerados.
A nossa nação precisa acordar, dizer não a imensa hipocrisia gerada nos dias atuais, e não são os trabalhadores que temos que punir, colocar em evidencia e julgar e sim os grandes políticos corruptos, que vestem pele de cordeiro em épocas de eleições para camuflar a grande ganancia pelo poder que tem a sua essência de lobo devorador dos fracos e oprimidos.
É preciso mais do que nunca mostrar a “cara ao sol”, para não ficarmos soterrados nos submundos da corrupção, subjugação e poder, se lamentando dos tempos perdidos assistindo a caravana passar, em doces ilusões, acomodados e conformados nos sofás da sala de televisão! Pense nisso.
Então, deduzo, que se esse movimento rebelde tivesse tomado o poder, na época da ditadura, poderíamos ter consequências piores do que as que tivemos com o militarismo. Se hoje, com toda liberdade que temos, agem iguais a seus antigos opressores, imagina o que poderiam ter feito naquele período obscuro de nossa Nação.
ResponderExcluirEntão, Martins Abreu, é o círculo vicioso do qual a humanidade não consegue se libertar, por outro lado o sabor inebriante do poder embrutece e cega! Abraços. Itaciana.
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