Quando paramos para pensar, refletir (se é que a vida deixa), percebemos que a maior parte do nosso tempo de vida ativa, estamos a lutar com inúmeras questões que nos devoram internamente. Nossos medos.
Quando fomos concebidos, desde então, no calor do útero materno, começamos a vivenciar a grande luta que travaríamos vida a fora. Essa luta pela sobrevivência de cada dia, nos possibilita sedimentar os nossos mecanismos de defesa, pois que sem eles sucumbiríamos no primeiro sinal de movimento, de ação.
Desta forma é que ao longo de nossa trajetória pela sobrevivência (como fazem todas as espécies vivas do planeta) vamos adquirindo força, coragem, malícia, tristeza, dor, alegria (nunca a felicidade plena) e principalmente: MEDO! Do que pensam de nós, do que vão achar de determinada atitude nossa... A corda bamba em que procuramos nos equilibrar nos leva a adquirir a “roupagem” da camuflagem, somos um e, no entanto somos vários, um para cada ocasião. É assim que aprendemos a lidar com diversas situações, sendo único em cada uma.
Será que foi toda essa trajetória de turbulência e aprendizado pela vida, que levaram algumas pessoas a desenvolverem com maior intensidade a “roupagem” do disfarce, da negação, da mentira, da desonestidade, da corrupção? O que levou a humanidade a considerar um ato normal do dia-a-dia, que deveria ser contado como dever cumprido, através de sua profissão, pelo qual foi preparado, ato de bravura e honestidade?
Quantas caras têm o nosso Brasil? O que é isso e o que é aquilo? A vida é dura demais para que possamos levá-la a sério? Existem brasileiros que deveriam(esses sim!) ganhar medalhas todos os meses, pois que são heróis por sobreviver com uma cesta básica e quando muito com um salário mínimo.
A nossa indignação é pela desigualdade sócio econômica, gerada pelo sistema político, de um Brasil que se sustenta através da grande maioria chamada povo! E, no entanto é o que mais sofre e nessa forma de sofrimento, também por sua vez, vai adquirindo os mecanismos de defesa, de sobrevivência. Não conseguem analisar com clareza o que ocorre a sua volta, faltam-lhe tantas coisas (aí também a desigualdade), falta o emprego, o alimento, o curso acadêmico, o lazer... A força e a coragem vão ficando para trás, nasce daí uma nação camufladamente: subjugada. Nação essa com valores invertidos, medalhando e homenageando o cidadão que cumpre o seu dever, como se fosse herói, mostrando que ficaram perdidos pelo caminho o que de fato deveríamos nos vangloriar.
É o Brasil multifacetado, que aprendeu a “duras penas” que o importante é sobreviver, não importa como, cada um na sua, os políticos adquirindo fortunas, o povo recebendo migalhas, o traficante vivendo em ostentação, a polícia corrompida, os professores entrando em depressão e a educação em colapso!
Somos únicos, no entanto somos a soma de todos. Precisamos urgentemente aprender a lidar com a atual situação, não diria que de progresso, posto que seja por demais cruel, mas com a que temos. Aprender a ter um olhar diferenciado, crítico, valoroso, para quando chegarmos ao fim do caminho possamos visualizar uma LUZ.
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