quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dinheirocracia




Qual o significado do querer e a expressão do poder?

Se você quer eu quero, é a lógica do comportamento coletivo onde as vontades coletivas ultrapassam a vontade individual e cegam o mais astuto dos observadores. Se analisarmos pela lógica da razão muitos acontecimentos perpetuados e arraigados no processo coletivo de entendimento estaria fora de cogitação.
 Onde imaginar pela lógica da razão determinados resultados nas urnas eleitorais de nosso país? A reflexão e o desaceleramento do cotidiano de uma campanha nos faz chegar à conclusão de que longe estamos de uma democracia plena, que infelizmente o nosso regime político perpassa pelo dominante regime da “DINHEIROCRACIA”, pode mais quem tem mais.

Mais competência? Honestidade? Perfil político? Histórico de trabalhos para a comunidade, cidadãos e cidadãs? Formação? Não meus senhores, pode mais quem tem mais recursos econômicos para comprar o que lhe interessa, ou seja, a vontade do povo, a dignidade das pessoas.

Agora, perguntamos qual é o compromisso do político que interfere na escolha do povo, arbitrariamente? Como pode estar ao alcance de pessoas inescrupulosas uma comunidade, associação, grupos de pessoas, eleitores como queiramos denominar, qual é o motivo que leva a população a repetir anos a fios os mesmos erros, ou melhor, praticar escolhas que definitivamente interferirá no progresso para o bem coletivo.
Para chegarmos a uma conclusão mais lógica e apropriada deveremos analisar a situação econômica de nosso povo, embora se maquie como um problema já resolvido, as necessidades ainda são imensas no cotidiano das famílias, que vivem com salários que mal dá para suprir suas necessidades básicas, diante dessa fragilidade das pessoas, oportunistas se apropriam de promessas e fazem ofertas apetitosas quase que impossíveis de recusar!

  Será a necessidade imediata de benefícios como: alimentação, passagens, pagamentos de água, energia elétrica, aluguel, impostos que leva o cidadão a repetir por inúmeras vezes o mesmo erro? Será que ficamos esperando períodos eleitorais para acertarmos nossas contas com isso e aquilo? Não conseguimos ver que o imediatismo é prejudicial à efetivação de uma política consistente da saúde, educação, habitação, assistência social, infraestrutura, esporte, lazer, cultura?  Onde nos perdemos para chegarmos à cegueira coletiva na qual nos encontramos?

Qual o caminho para a mudança nesse tão complicado processo eleitoral? Se ao fazer uma análise mais profunda constatamos que já no período greco-romano, havia discussões sobre a “compra de votos”, na Grécia antiga -berço da democracia-  Péricles o estratego eleito e reeleito até a morte para administrar Atenas, sempre que saia a rua era importunado por gritos “comprador de votos”, pelo o que conta a história a compra de votos é endêmica desde há muito e com certeza não desaparecerá tão cedo.

Pergunto então, até quando estaremos à mercê do vilão maior: o grandioso e vil metal precioso, corrompendo ideologias, ferindo dignidades humanas e acumulando ao longo da história pequenos e sucessivos grupos de domínio em detrimento ao bem comum e coletivo? Queremos sempre mais e diante do imediatismo recorrente de nossa sociedade consumista, nos cegamos para os verdadeiros ideais e verdadeiro significado da vida, seja ela no individual ou coletivo.

Diante disso presenciamos ao longo do tempo situações de extrema falsidade consideradas como verdades absolutas. Negligenciamos muitas das vezes a nós mesmos e como Pedro negamos nossas verdades três vezes e antes do cantar do galo negligenciaremos e negaremos novamente, até que o dia termine e na escuridão da noite possamos vivenciar os nossos medos, desvarios, loucuras e como cegos planejarmos mais uma etapa de nossas vidas em risos pelo canto da boca. Pois que nos perdemos nos caminhos e em nossa ignorância confundimos as setas que nos orienta e indica o bem e o mal.
Pense nisso.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quem é quem na política de Dourados?




Em uma semana decisiva para a política partidária, quando todos os partidos fazem suas convenções, buscando um espaço significativo na política local, não se sabe quem é quem.

 Os velhos tempos das ideologias partidárias ficaram para trás. Os sonhos, as lutas, mortes e vidas separadas, idas e vindas, exilados, músicas embutidas de protestos, gritos presos na garganta, e muita vontade de mudar sistemas, conceitos arraigados em uma cultura colonial e repressiva, onde a ordem do dia seria a liberdade de expressão e de ir e vir, são sonhos que ficaram no passado e na memória dos que ficaram chorando as lutas perdidas por entremeio a vaidades, a ganância e a ambição pelo poder político e financeiro em detrimento dos ideais vividos no passado.

Assim quando abrimos as páginas de jornal e presenciamos alianças como a do ex-presidente Lula com o Deputado Maluf e vimos diante disso, desabar toda a credibilidade de um como de outro. O que vale para o ex-presidente? Ganhar? E o que vale para o deputado Maluf? Ferir uma ideologia? Sangra o coração de um e de outro? Apertam as mãos jurando aliança eterna e sendo amigos desde pequeninos? Onde está a verdade? Hipócritas, manipuladores de ingênuas mentes, tudo fazem para conseguir seus objetivos não importa o que vão ferir, se a própria idoneidade ou a crença de um povo já farto de promessas e que de tanto acreditar já se conformam com a política dos favores, benefícios, vendendo a vontade própria, a dignidade por um prato de comida.

E o que falar das alianças realizadas aqui em nossa cidade? Lembram-se das eleições extemporâneas? Quem iria imaginar o PT (Partido dos Trabalhadores) aliado com o DEM (partido Democrata), o socialista com o neoliberal? Quem iria imaginar o ex-prefeito Laerte Tetila, pregando panfleto nos carros e parando os transeuntes para dizer do grande governo que fariam com o ex-filiado do DEM e recente candidato do PSB (Partido Socialista Brasileiro) da noite para o dia? Quem acredita na salvação de Dourados? A confusão é tanta que não dá para acreditar em mais nada e em mais ninguém!

A nossa curiosidade e nossa atenção se volta para esse final de semana, quem está falando a verdade? O que acontecerá, ou melhor, está acontecendo nos bastidores políticos, a quem estão querendo enganar? Veremos. Só nos resta esperar e ficarmos na expectativa para vermos quem é quem. Quem subirá no palanque com quem, o que dirão dessa vez, quem será o salvador da pátria.

Enquanto isso, casos ridículos vão acontecendo, beijos em crianças vão sendo dados, quadrilhas são apresentadas (juninas), os hospitais públicos superlotados, macas pelos corredores, greves de professores, educação em luto e saúde um caos, ruas em buracos, elevação de preço dos combustíveis na calada da noite, doação de cobertores como a solução definitiva para aplacar o frio dos pobres, as leis, a efetivação da política pública delegada a segundo plano, pois é preciso correr atrás do prejuízo ocorrido nas últimas eleições. E o povo? Os eleitores? Também correm atrás do prejuízo para ver se ganham alguma coisa daquele político bonzinho que aparece em tempos de eleição!

É, continua tudo com dantes no quartel de Abrantes! Quer pagar para ver? Eu não.

Amor, obsessão: realidade e fantasia




No mês de junho muito se fala do amor, de romantismo, de carinho, da cumplicidade no relacionamento e a felicidade de compartilhar uma relação onde exista a troca e a serenidade em conviver. Porem nem sempre é assim, existe os relacionamentos possessivos, obsessivos, que diante de um sentimento que deveria ser de harmonia e tranquilidade, acaba se tornando em tragédia e destruição.

A mídia está explorando o recente acontecimento trágico ocorrido nos tramites dos sentimentos relacionados ao amor obsessivo. O caso da advogada Elise Matsunaga, que de relacionamento considerado como o sonho de uma menina vinda do interior, se tornou o seu maior pesadelo.

Se formos caracterizar o referido caso como um relacionamento obsessivo, poderemos considerar a grande ansiedade gerada nessa relação estressante, esmagadora e dolorosa. Quem pode medir um sentimento, uma patologia? Do que o ser humano é capaz quando se sente ameaçado? Vimos também recentemente um caso da senhora idosa que atira corajosamente no indivíduo que entra em sua casa para furtar, foi em legítima defesa, ou ela fazia isso ou sabe-se lá o que aconteceria! Ela defendia sua vida, sua casa. E a Elise o que defendia? A sua dignidade? O seu amor? O que motivou aquela criatura ao ato tão extremo? O que a impulsionou para apertar o gatilho? Ela agiu friamente ou foi movida pelo medo, que lhe gerou o comprometimento emocional, tentando buscar uma saída para fugir da realidade.

 Amor e ódio, os sentimentos se completam e interagem formando sentimentos entrelaçados, angustiosos e terrivelmente insuportáveis!

Quem é a vítima nessa história toda?  Quem morreu primeiro? Ela ou ele? Não há defesa nem acusação de nossa parte, simplesmente a consideração da  posição de mulher atormentada por um relacionamento por demais confuso e esmagador, misturado entre realidade e fantasia, composto de insegurança e traição.

 O que poderemos considerar em um país onde é grande o número de mulheres que sofrem espancamentos, são humilhadas, onde ainda é preciso formular leis para garantir  a sua integridade física e emocional? O que podemos avaliar de tantos casos de assassinato pelo nome “amor”? Quantas mulheres foram mortas de forma cruel e desumana? Quantos homens da mesma forma sofrem pressões emocionais e são também mortos em nome do amor? Será que estamos confundindo os sentimentos? Posse, obsessão, subjugação, com amor, companheirismo, cumplicidade, serenidade, união? Quem pode mais? Eu ou você? Será que não seria melhor considerar o nós? Qual o peso da situação econômica? Do poder, da dominação?

Em uma sociedade conturbada como a nossa onde valores estão visivelmente sendo invertidos, onde não sabemos mais em quem confiar, pois que religiões se formam à vontade, sem critérios, estudos mais profundos, onde se oferece milagres de todos os tipos, atraindo um grande número de pessoas carentes de acreditar no sobrenatural como uma forma de preencher o seu vazio existencial e como uma forma de chegar mais rápido aos reinos dos céus, fazendo uma barganha com Deus, praticando boas ações em troca de um caminho mais rápido para o céu, com linda casa com jardim e tudo o mais lhe aguardando pós-morte? O que podemos considerar em um país onde todos falam tudo de mentirinha? Onde todos juram honestidade eterna, quando na verdade praticam falcatruas das grossas? O que considerar? Prendem ladrões de galinhas e os de colarinho branco ficam por aí bancando de inocentes, prestigiosos, sempre voltando ao comando, como um círculo vicioso? O que considerar de um povo que é dócil para com os políticos corruptos, mas em contrapartida cometem crimes das mais variadas formas com seus semelhantes, seus pares?

A roda viva continua, amanhã será outro dia, outros acontecimentos estarão em mídia, outros focos e fatos serão discutidos, alguns farão de conta que está tudo bem, outros lutarão até o fim para manter o poder e a evidencia, louvores subirão até os céus, políticos subirão nos palanques por aí à fora bradando aos quatro cantos as suas qualidades e o quanto será bom para a sociedade e nós como marionetes faremos o nosso pequeno espetáculo fingindo que acreditamos!

E diante disso tudo o amor sempre sobrevive, o verdadeiro.

É isso, acredite se quiser.



UM PAÍS DE TODOS E DE POUCOS





Nós brasileiros somos movidos a siglas, (sopas de letrinhas), para determinar diversos, programas, projetos e serviços que juntos formam leis, regulamentam-nas, executam ações de benefícios sociais, criam impostos para todos os produtos, desde a cesta básica de alimentação até altas negociações empresariais, bancárias, essa última, diga-se de passagem, é campeã na questão: juros, sendo, segundo alguns entendidos da economia o “agiota regulamentado”.

 Enriquecem uns e outros ficam a mercê da própria sorte, dão um duro danado para sobreviver e fazem, sem perceber o mesmo trabalho escravo da época da nefasta escravidão, pois que na labuta diária mal sobra tempo para ouvir seu filho adolescente, para olhá-lo com atenção, para um chamego mais tête-à-tête com a mulher ou a mulher com o marido, a correria é tanta que para sobreviver, diante das necessidades apresentadas de uma sociedade por demais consumista, acabamos nos estressando, ficamos chatos e doentes, por fim acabamos muitas das vezes gastando o que ganhamos, com saúde.

 Façamos uma análise, o sujeito da dita classe média trabalha pra quê? Levanta cedo, muito cedo, aliás, se quiser obter uma boa renda, digo uma renda que lhe possibilite colocar seu filho em uma boa escola, ter um bom carro, uma vida social mais ou menos e conseguir fazer a compra do mês no mercado sem entrar no “vermelho”, caindo dessa forma nas garras daquele agiota regulamentado, viajar? Nem pensar, só com muito esforço de toda a família na economia, para que tal ocorra, de ir no máximo a uma prainha no interior do Paraná...

E a outra classe, a pobre, aquela que depende de benefícios sociais, benefícios esses oriundos dos cofres públicos que por sua vez nos enche de impostos dos mais altos do mundo, para suprir as necessidades básicas desse cidadão, já tão prejudicado e sujeito a “doações”, passando por humilhações, em época de eleições, com o pedinte de votos dizendo fazer-lhe um grande favor! Da onde? Que favor? E os direitos do cidadão de usufruir o que lhe compete? E o nosso vasto e gigante Brasil que enfrenta crises como sendo "marola” segundo o ex-presidente, e 3oo% de vantagens dos outros países, segundo a presidenta? E para onde vão verbas gigantescas dos programas sociais, que deveria suprir as necessidades das famílias em situação de vulnerabilidades social?

 Ainda hoje vimos no jornal, esse para qual escrevo, uma matéria de uma mãe com o rosto coberto, aos prantos, pela impossibilidade de sustentar seus cinco filhos, menos um que se suicidou devido à miséria (com apenas 14 anos), o marido, preso por furto em busca de alimento, e ainda falamos em solidariedade? E os benefícios que  deveriam suprir as necessidades dessa cidadã, são considerados no termo solidariedade? Onde estamos em qual século? Diga-me, por favor, pois que ao fazermos uma conjuntura, uma análise de como tudo começou nos perdemos em conceitos como: vaidade, ganancia, poder, ambição e para camuflar tudo isso criamos projetos, programas e serviços e uma infinidade de siglas para definir pra onde está indo as verbas das outras siglas, ou seja, os impostos, são tantos, e nos perdemos em decifrá-los: IPVA,IPTU,ICMS, etc... É um tira daqui e põe ali, virando uma enrolação total, no meio do caminho desse tira e bota muitas coisas se perdem e nos perdemos de vez em outro assunto que ficará para a próxima, a corrupção.

CREPÚSCULO




Durante toda a nossa vida vamos sedimentando valores oriundos de várias vias por onde caminhamos. As experiências adquiridas nesses percursos denominamos de muitas formas, muitas das vezes chamamos de inteligência, sabedoria, esperteza, e até intuição, sensibilidade...

Se formos classificar os itens citados acima, teremos outras vertentes, como a inteligência, por exemplo, ela se divide em categorias tais como: a emocional, interpessoal, intrapessoal, corporal, cognitiva...

Na verdade, porém, tudo é um grande conjunto de apanhados daqui e dali, que na luta pela sobrevivência nos agarramos naquele que percebemos ou sentimos ser o mais viável nessa longa trajetória chamada vida, ou o que nos convém naquele momento.

 Acontece que apesar de lutarmos muito e termos o nosso instinto de sobrevivência ela, a vida, se torna de difícil entendimento e aceitação. Quem por exemplo aceita a separação definitiva de um ente querido? Quem consegue entender os disparates da vida, que não nos deixa viver a felicidade simples e sistemática, nos proporcionando apenas fragmentos de vislumbre do que poderia vir a ser a tal felicidade? Quem consegue entender a divisão de bens, poderes, facilidades, divisão desproporcional, incorreta e desigual? Quem consegue entender a diversidade das religiões, crenças e fé professadas das mais diferentes formas? Quando ouvimos alguém dizer, estufando o peito: “O MEU DEUS É MAIS”, quantos deuses existem?

Ocorre que nos emaranhados do processo cotidiano (pois a nossa vida é uma somatória de pequenos acontecimentos diários), apelamos a subterfúgios na esperança de completar um vazio por demais insistente que bate a nossa porta. Desta forma é que nos aglomeramos através de grupos sociais, religiosos e familiares, numa tentativa de saciar a nossa necessidade do pertencimento. Isso quando não desviamos o foco de nossas carências ao consumo, que por si só é apelativo, e nos perdemos nos turbulentos caminhos da corrida competitiva do dia a dia em busca de melhorias as vezes imaginarias, para  satisfação do ego, da vaidade e nos perdemos da nossa essência, originalidade e autonomia, passamos a viver para a aparência do físico, de coisas materiais, em detrimento de nossa vida emocional.

Tudo acontece tão rapidamente que de repente nós olhamos no espelho e verificamos a primeira ruga, o primeiro vinco cavado na face, nos surpreendemos com a crueldade do tempo, o incansável tempo que implacável passava enquanto nos perdíamos em meio a vaidades e conquistas supérfluas.

Quais são, portanto os nossos desejos? Quais são implantados em nossa mente, e quais realmente são nossos? Qual é a segurança que temos ao enfrentarmos um dia cheio de tarefas, compromissos, que esses realmente são importantes? Que chegaremos ao fim de nossa jornada e verificaremos que valeu a pena? Que garantia temos? Como poderemos atravessar incólumes pela turbulência do viver?  Onde estamos centrados? Do que precisamos, disso ou daquilo?

É necessário voltarmos nossos sentidos para a real vida, para a nossa essência, para que quando chegarmos ao crepúsculo de nossas vidas, olharmos no espelho e contar as marcas fincadas em nossa face e enumerá-las uma a uma, como um troféu de honra ao mérito, por ter vencido essa longa batalha chamada vida e quando perguntado se gostaríamos de viver novamente a mesma vida, responder: quantas vezes forem possíveis.
Pense nisso.

A animalidade humana




Quanto há em nós de instinto, de sentimentos ainda animalizados,  quanto falta para atingirmos por completo a plenitude do ser humano?

Esta semana presenciei uma cena que me entristeceu sobremaneira, por vários motivos, o primeiro por verificar que o ser humano beira a bestialidade de ações quando  julga que não está sendo observado, o segundo por presenciar o quanto custa uma maldade gratuita a seres indefesos.

Estava percorrendo o trajeto que faço do trabalho para casa, quando em determinado trecho ouvi gemidos e estalar de batidas, sequentes, aterrorizantes, impiedosas, parei, ouvi , segui, não me conformei e voltei. No momento em que virei para voltar, um brutamonte, chamado ser humano, com um pau na mão, agredia um pequeno cachorro, e o jogou porta a fora, na calçada. O animal gritava e se contorcia todo. Era momento de saída da escola próxima ao incidente e eu com vários alunos corremos para acudir o animal, resumindo o cachorro não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. O indivíduo foi parar na delegacia e terá que responder pelo ato extremamente cruel que cometeu.

Para nós fica a reflexão do que o ser humano é capaz, de onde surge tanta crueldade?

Desde os primórdios da existência em nosso globo terrestre, houve os momentos de experiências, de aprendizado, fomos buscando o conhecimento e foram surgindo várias necessidades de defesa para a nossa subsistência, passamos por vários conflitos que nos possibilitaram a percepção de nossa situação enquanto ser vivo.

Tudo bem, tivemos que passar por dolorosas experiências, tivemos oportunidades de escolhermos os caminhos que percorremos e fomos aos poucos formando tribos, desenvolvendo grupos de convívio onde no processo coletivo, difícil por si só, criamos nossos mecanismos de defesa, adquirimos vícios comportamentais, sedimentamos valores de acordo com cada cultura, cada região. Caminhamos lentamente a procura de nós mesmos. O que justifica atos bárbaros que ainda praticamos? Por que uns seguem sem muitos percalços, e outros caem a todo o momento, cometem falhas, se desculpam, cumprem pena restritiva e logo mais começam tudo de novo?  Dizem que é culpa do livre arbítrio que temos por causa de nossa inteligência, até que é plausível de compressão, mas que inteligência é essa que se resvala pelo submundo de nosso cérebro e provoca reações perversas, desonestas e às vezes incompreensíveis? Volto a perguntar: porque uns e outros não? Será necessário retornarmos no tempo, começar tudo de novo? Ou esperar o juízo final, onde será separado o joio do trigo? Acontece que começará tudo novamente, lembra-se da Arca de Noé? Era de se esperar um novo mundo, e o que vemos hoje? Onde está o erro das ações perfeitas?

Portanto a conclusão que chegamos é que precisamos mais do que reflexão, o que precisamos é de tomadas de decisões e atitudes que realmente transforme alguma coisa, mesmo que seja simplesmente um comportamento que nós imaginamos seja insignificante, pode fazer a diferença. Enquanto não nos posicionarmos responsáveis pela sociedade na qual vivemos, não teremos o compromisso de nossa própria mudança de atitude, delegaremos tudo para terceiros, transferindo as nossas necessidades para o governo, a política, nossos pais, nossos professores, amigos, e daí começa outra longa história que poderemos discutir em outro artigo.

O que mais nos revolta é o silencioso grito dos inocentes, o choro dos pequeninos, o sofrimento de muitas mulheres que ainda são espancadas, a fome de muitas crianças, as diferenças econômicas e financeiras e em contrapartida a indiferença dos comandantes, dos que detém o poder. O que esperamos dos líderes religiosos? Que nos guie aos caminhos do bem? O bem por sua vez vence o mal?

E naquela rua, naquele momento presenciamos um dos atos perversos do ser humano, conferindo que muito há ainda em nós da animalidade primitiva, muito ainda nos falta para dela nos livrarmos.

Pense nisso.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Lixão virtual, lixão real, qualquer semelhança é mera coincidência...




Está iniciando uma telenovela em uma emissora de TV, que trata a dura realidade dos brasileiros que vivem do lixo. Seria melhor dizermos que se trata de simples ficção, mas acontece que o retrato apresentado na dramaturgia é realmente o que se passa, ainda, no cotidiano de milhares de cidadãos desse país tão vasto, rico em sua exuberante natureza. Rico em produção de alimentos, que compõe a cesta básica necessária para a nutrição e bem-estar de todos.

Infelizmente, o que observamos são classes se privilegiando mais do que outras do que oferece o solo brasileiro. Temos uma produção suficiente para abastecer a economia do país, que por sua vez, deveria prover as necessidades básicas de seus cidadãos. No entanto, o que vemos são pessoas que sentem fome, frio, sofrem em filas infindáveis para tratamento de sua saúde e aguardam em cadeiras de fio e quando bem alojados estão em macas nos corredores de hospitais.

Em nosso sistema de saúde pública se anuncia pelos meios de comunicação a compra de aparelhos de alto padrão tecnológico, como o robô que realiza cirurgias complicadas e etc., mas, em contrapartida, existem hospitais fechados pelos rincões do Brasil, todo equipado, sem funcionamento por falta de recursos humanos. Enquanto isso em várias regiões do país, cidadãos sofrem por falta de um leito para tratamento, ou simplesmente fazer um exame que demora meses para ser realizado! O que está errado nesse processo?

Será um dos fatores, a má distribuição de renda do nosso sistema de divisão de classes? Classificado como um país que luta para atingir um patamar de igualdade com países do primeiro mundo, presenciamos no Brasil disparates que estão longe de nos equiparar com os países desenvolvidos. Pagamos um preço muito alto, ou melhor, o mais alto, para manter nossos parlamentares em suas funções e ainda existe a necessidade de “ajutórios” disso e daquilo, tornando ainda mais gordo o salário dos mesmos. Por falar nisso, enquanto os professores da rede municipal e estadual de todo o pais e não poderia deixar de serem, os de Dourados também, saíam às ruas em manifesto para reivindicar melhores salários, piso para a classe, direitos justos e até humildes e esses mesmos parlamentares nada fazem por esses profissionais que se dedicam ao ensino.
Enquanto isso....os vereadores de nossa cidade aprovavam, sem maiores discussões, o aumento de seus salários! Com as mesmas regalias dos demais parlamentares de grandes centros. Onde eu estava mesmo? Ah! No lixão! Na telenovela! Mas não precisamos ir para o mundo da ficção, vamos até o lixão de nossa cidade, presenciaremos cenas iguais, e em nosso pensamento surgirá a seguinte frase: qualquer semelhança é mera coincidência...

E os homens das leis, sentam em cima de seus valores, se remexem daqui e dali, e seus olhares não passa além de seus umbigos, tal é a realidade do nosso cotidiano no saber político. Como orientar nossas crianças, adolescentes e jovens? Se os parâmetros apresentados fogem dos conceitos dos grupos sociais, educacionais e religiosos? O que terá de acontecer para a reversão da atual situação que passa o Brasil? Como diria Boris Casoy “Isso é uma vergonha”! E a vida vai passando os valores invertidos vão se sedimentando, arraigando na mente de nossas crianças, que o melhor é levar vantagem em tudo, o que nos interessa é nosso bem estar.

Que Deus nos acuda! Acuda todos aqueles que precisam do SUS, que precisam recorrer ao lixão para suprir suas necessidades básicas, que precisam acreditar com todas suas forças, que ainda existe uma esperança para o nosso sistema político, para os nossos governantes terem a consciência da sua grande responsabilidade perante uma nação, perante uma sociedade e toda a sua gente.
Como diz o ditado popular: “a esperança é a última que morre!”

O que nos consome?



É grande a nossa confusão na entrada do século XXI.  Fala-se em tantas coisas, tantos direitos, igualdades, lutas sindicais, inclusão escolar, mercado de trabalho e parece que as coisas mais importantes se perdem nos recantos de nosso cérebro, como nossos aspectos emocionais e afetivos. Pois que estamos dedicando grande parte de nossa vida focados num único objetivo: “ter”. O consumismo está tão impregnado em nós que é fácil observamos os transeuntes em grandes centros e em hora de pico, levando o grande conflito gerado pela impotência de acompanhar os apelos consumistas comandados pelo sistema capitalista no qual estamos inseridos.

Os apelos das propagandas são tantos, seja, de forma visual ou sonora, que sem exagero podemos dizer que somos escravos do sistema. O consumismo tem pautado nossa vida ao mesmo tempo em que nos classifica dentro de um limite possível de consumo. São as divisórias que determinam a que classe pertencemos: se a uma minoria que é privilegiada, pois são detentores dos recursos econômicos; se a uma classe mediana que realiza todo o trabalho técnico e burocrático; ou a uma grande maioria que se atropela para suprir as suas necessidades básicas e que consome para provar que também pode fazer parte desse mundo utópico do supérfluo e do maravilhoso, fazendo para isso todo o trabalho braçal, que gera o salário da mediana e os privilégios da minoria.

Uma das finalidades do consumismo é gerar tensão entre as classes, ou seja, a pobre deseja ser média e a média almeja ser a rica. Os conflitos e a forma desesperada de conseguir se igualar a classe imediata tem nos cegado a ponto de esquecermos que a vida é curta, e que a maior riqueza que possuímos são as pessoas próximas e o nosso tempo quando bem aproveitado. A nossa reflexão perpassa pelas nossas reais necessidades, o que realmente precisamos para se ter uma qualidade de vida favorável para bom desenvolvimento nosso enquanto pessoa e cidadão? 

Porque paralisar?




Nos dias 14, 15, 16 estará acontecendo a paralisação nacionalda educação. Todas as escolas públicas irão paralisar as atividades para reivindicar a implantação integral da lei do PISO (11738/2008), o plano de cargos e carreirados profissionais da educação e a destinação de dez por cento do PIB para o PNE(Plano Nacional da Educação).

O PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO é um projeto que contem 20 metas para a melhoria da educação pública para ser cumpridos pelos governantes nos próximos 10 anos, de 2012 a 2021. Esses dados e a chamada para todos os trabalhadores das escolas públicas, é o que o SIMTED-Sindicato dos Trabalhadores em Educação estão enviando para todas as escolas e divulgando na imprensa local. Na verdade essas reivindicações já vêm acontecendo desde há muito tempo, pois que a cada dia que passa o professor sofre com a desvalorização do salário e em consequência, a própria desvalorização profissional. O que se percebe é uma classe de profissionais que luta a duras penas com jornadas de trabalho exaustivas e que contribui para muita das vezesrecorrer a atestados médicos, devido a essas horas de empenhopara aplicar uma aula de qualidade, que ultrapassa a carga horária estipulada em seu contrato de trabalho e em consequência acarreta problemas de saúde.

O que se propõe com a paralisação é chamar a atenção da sociedade, das vantagens que terão com a valorização dos educadores, se ganha em qualidade de ensino, diretamente as crianças dos CEIMs,(Centro de Educação Infantil), alunos e alunas das escolas públicas, nesses dias portanto a luta é de todos por uma qualidade na educação pública.

O que não conseguimos entender é a falta de vontade política dos governantes, em se fazer cumprir a lei, em dar crédito para profissionais que muito contribui para a transformação de uma nação, pois como diz Paulo Freire “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.Os gestores, esses que deveriam garantir os direitos dos cidadãos, e primar pela qualidade de todas as ações e responsabilidades do Estado, parecem que fecham olhos e ouvidos, num deixa para lá, contínuo e irritante que fere a autoestima daquele que tem brios e luta, por sua vez, como cidadão brasileiro que não desiste nunca. É chegada a hora de levantar a voz, de conscientizar nossos jovens e adolescentes, que se o caminho da mudança está longe e às vezes fica deserto, se faz necessário e’ urgente!

Em uma carta aos pais a FETEMS- Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul diz que “nossa luta é também a de todos que reconhecem nos profissionais em educação pessoas importantes e decisivas para a formação de nossas crianças e adolescentes. Para que eles se tornem cidadãos mais éticos, justos e comprometidos com as causas sociais”.

É preciso que se faça um comparativo salarial com as demais profissões para ter noção da perda salarial dos professores no decorrer de longos anos. Não é tão simples assim, apenas uma paralisação, é uma reivindicação justa, digna e legal,o PISO É LEI, A GREVE É LEGAL.
Pense nisso.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Dia da Mulher



Mais um ano de comemorações, do dia, da semana, do mês da mulher. Fala-se das mulheres negras, indígenas, trabalhadoras, mães, executivas, educadoras, enfim todas as mulheres de todos os matizes e credos são homenageadas e louvadas. Há quem diga que a principal missão da mulher é ser mãe, e que, (pasmem) “ser mãe é padecer no paraíso!.”


Em reunião com profissionais da educação foi perguntado: por que o número de educadoras é maior do que o de educadores? A resposta foi que a ideia que se tem de professora é a substituição da mãe, ou seja, da família. Essa concepção não é um conceito da sociedade antiga e sim da sociedade contemporânea, inclusive nos meios educacionais, onde inconscientemente a educação em todos os sentidos está sendo terceirizada, cabendo ao Estado a maior responsabilidade.

Outro fator preponderante é o lugar da mulher na política, nos grandes movimentos, grandes empresas, cargos executivos, as mulheres ainda perdem de longe para os homens, apesar de termos no comando geral do Brasil uma mulher, não caracteriza que a mulher já ocupa funções de destaque em toda estrutura, política, social, econômica e de estratégias diplomáticas e internacionais.

Hoje dia 08 de março o que temos para comemorar? Acredito que antes de comemorar deveríamos refletir. Refletir o que os considerados avanços das lutas feministas trouxeram para nós mulheres. Como temos nos comportados diante dessas conquistas? Uma vez que conquistamos espaços, e com eles as jornadas duplas, triplas de trabalho, e esquecemos-nos de dividir e acabamos somando as funções múltiplas que englobam as tarefas da mulher, ou melhor, que deveriam ser de todos componentes familiares, desta forma somos trabalhadoras que se destacam pela criatividade, dinamismo e porque não dizer dos malabarismos a que somos submetidas em nosso cotidiano, para que tudo fique em consonância com o bem estar de todos, digo, filhos companheiros, colegas de trabalho...

A todo o momento temos que nos desdobrarmos para comprovar que merecemos o lugar que ocupamos na sociedade, o tempo das queimas de sutiã, comandada pela filósofa Simone de Beauvoir, ficou guardada na memória, o que ainda precisamos segundo Simone é  “reivindicar que  homem e a mulher  se reconheçam como semelhantes, enquanto não se respeitarem como pessoas em que, do ponto de vista social, política e econômico, não há a menor diferença, os seres humanos estarão condenados a não verem o que têm de melhor: a sua liberdade.”

Portanto, nas reflexões do dia da mulher e em suas comemorações se faz necessário ir além das lembranças gloriosas e de leis que garantem os direitos da mulher. É preciso que em nosso cotidiano, em nosso fazer a vida, estarmos atentas para nós próprias, mudarmos os nossos conceitos arraigados em nosso sistema emocional, inculcado por uma cultura machista e que longe ainda está de ser extirpada de nossa sociedade.
Conquistamos as duras penas vários direitos, teremos que vivencia-lo, acreditar, deixar que as forças, as mesmas que temos guardadas em nossas entranhas, possam se fazer presente em todas situações que se apresentarem como desafio, para que, dia chegue, pleno de igualdade de condições entre seres humanos sem definição de homem e mulher.

Salve 8 de março, dia de todas as mulheres!

domingo, 4 de março de 2012

Eleições e cidadania




Estamos em pleno ano eleitoral, período em que se organizam as grandes campanhas, com reservas de “custo para as mesmas”, oriundas de onde não se sabe, pois todos os partidos juram honestidade eterna e compromisso com o cidadão.

Esses recursos de campanhas eleitorais servem principalmente para garantir os votos de cabresto, ou seja, os comprados, forçados ou incutidos na mente do cidadão mais desavisado, que ele deve isso a determinado político, pois o dito cujo lhe “doou” uma receita médica, uma cesta básica sem critério social, lhe encaminhou para algum serviço público, deixando bem claro como essa atitude demonstra a sua “preocupação” com a vida do cidadão.

 Vale ressaltar os cartões de felicitações de aniversário, natal e dias corporativos das classes trabalhadoras, sem contar também com a pressão sofrida do empregado pelo empregador, seja ele do setor privado como do público, de forma que, na preocupação de manter o seu “cargo”, toma decisões que violam o seu direito e o pleno exercício de sua cidadania. Mas não podemos nos condenar por muitas vezes cairmos no conto do vigário, pois, tudo isso é bem pensado e articulado pelos assessores muito bem pagos (com dinheiro público), de como atingir melhor o eleitor! Dai acontece de sermos enganados, ludibriados e manipulados da forma mais perversa existente: o controle de sua vontade que acaba cerceando a sua liberdade, o bem mais precioso do ser humano.

Em outubro, mais de 135 milhões de brasileiros aptos a votar irão para as urnas, opinar no futuro de seus municípios ao exercer sua cidadania para manutenção do estado democrático em que vivemos, onde todos cidadãos possuem direitos iguais de participar das decisões coletivas, portanto é o melhor momento de dizermos que não precisamos de políticos que abraçam criancinhas em público mostrando sorriso de quem ama os pequeninos, nem dos que posam para fotos abraçados com trabalhadores, idosos e muito menos daqueles que mostram o que não são. Precisamos de políticos sérios e competentes que analisem os problemas sociais com seriedade e pensem em uma solução plausível em conjunto com a sociedade.

Será que algum político pensa realmente em solucionar os problemas da saúde publica, por exemplo? Ou melhor, será que eles conhecem os mecanismos mais profundos de atendimento na saúde pública? Será que já a utilizaram? Cidadãos que tem condições de pagar um plano de saúde privado não utilizam o Sistema Único de Saúde. Mas e os que não compartilham desse privilégio? Pensam com seriedade no assunto?
É pauta de campanha eleitoral? As propostas são sempre vagas e nunca efetivadas. Até quando? A sociedade como um todo é extremamente responsável no quesito de mobilizar, de mudar, de fazer com que realmente se cumpra as leis de controle social, fiscal. Nós não nos habituamos a conferir as prestações de contas do investimento econômico para o desenvolvimento das políticas públicas de nosso país, que abrange o estado, o município. Por falar em controle social, percebo certo marasmo e torpor relacionados ao trabalho dos conselhos (em todos os âmbitos e em todas as esferas), parecem amordaçados e imobilizados por forças desconhecidas.

Diante do importante ano eleitoral que vivenciaremos, é preciso que tenhamos o discernimento e a esperteza (a mesma com a qual somos tratados pelos candidatos), na escolha de nossos representantes, procurar analisar com calma e sem emoção partidária ou de cunho pessoal e/ou social, para que possamos ser cúmplices de uma ação transformadora no exercício de cidadania consciente, onde o voto de cabresto possa passar pelos anais da história como um período nefasto de manipulação das fraquezas e carências humanas onde o individuo é usado ao bel prazer de uma classe dominante sem escrúpulos e com um poder até digamos sobrenatural de aproveitar de momentos difíceis de um povo, simplesmente para sentir na alma o perverso gosto do poder e sarcasmo que tem a enganação. Portanto é necessário urgentemente tirarmos as vendas de nossos olhos, precisamos urgentemente treinar nossos ouvidos e olhos, enfim todos os nossos sentidos contra os políticos utilitaristas e manipuladores que querem acima de qualquer coisa tirar vantagem em tudo.
Pense nisso.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ANGÚSTIAS, PROMESSAS, VIDA!



Passou o carnaval, a quarta-feira de cinzas e parece que a vida retoma as suas atividades normais. Onde nós temos que voltar o nosso olhar para as promessas feitas, as decisões que tomaríamos após o carnaval, algumas fáceis, como começar um regime, entrar em uma academia, comer menos, visitar amigos, viajar, arranjar novo emprego, etc... Outras são mais difíceis, pois abrangem o abstrato dos sentimentos, das decisões íntimas tremendas, que muitas das vezes estão além de nossas forças normais e nos compromete sobre maneira nas ações que as intermedeiam para que sejam cumpridas.

Nasce, portanto, certo sentimento de angustia gerado pelo desconforto das decisões, sendo que na modernidade como em toda trajetória da evolução humana, ela, a angústia, foi, é, e sempre será a protagonista principal, dessa nossa existência para lá de complicada. Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista francês do início do século XX, afirma que, o homem torna-se o que é ao fazer suas escolhas. E essas escolhas só cabem ao homem, sem que haja nenhum elemento externo que justifique suas ações. Sendo assim o único responsável por suas ações é o próprio homem. Deve vir daí a nossa angústia de cada dia, temos a grande responsabilidade por nossos atos, nós e só nós mesmos.

Além do mais não somos seres isolados, vivemos em sociedade e cada uma de nossas atitudes de mudanças, seja comportamental ou não, interferirá no coletivo. Desta forma nós ao escolhermos, não apenas tornamos responsáveis por nós mesmos, mas também por toda a humanidade! Isso se torna angustiante e muito pesado, para a nossa ainda pobre concepção de mundo. É esta responsabilidade que provoca angústia, segundo Sartre, a angústia surge da consciência da liberdade e da responsabilidade de ter que usá-la da forma mais correta.

Será que ainda estamos engatinhando entre a concepção infantil de mundo, vida? O que nos angustia, poderia ser resolvido tranquilamente? Posso de alguma forma transferir a outrem o meu pesar? Quem é o responsável? Em que acredito? Penso todos os dias sobre a minha existência? Qual o meu lugar no mundo? E desta forma consigo ser honesto comigo mesmo, analisar minhas fraquezas e procurar errar o menos possível? Quem sou? Como “sinto” meus sentimentos? A partir de uma análise profunda do nosso EU e a aceitação de nossas limitações, nossas fraquezas, nossos erros e acertos, passaremos a viver com maior tranquilidade, sabendo que nada é para sempre, que ninguém é perfeito, que o mundo gira independente de nossa vontade, que o sol nasce e se põe todos os dias, sem que muitas vezes nós percebamos.

A vida periclita, ferve, borbulha, anda em ritmo acelerado, somos formiguinhas operárias do grande universo, lutando pela subsistência, não podemos sobrecarregá-la, pois corremos o grande risco de não vê-la, não senti-la e quando chegar a nossa hora de entregar a moeda ao cargueiro, verificarmos o quanto demos importância a coisas que mereciam passar despercebidas e quanto tempo perdemos com coisas fúteis. A angústia existe sempre existirá, o que nos resta é driblá-la, não deixar que ela apague nosso brilho, nossa força de vontade e ficarmos igual a moça da janela, da canção de Chico Buarque de Holanda, olhando a vida passar!

Pense nisso.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ideologia $ Poder

Dilma quando presa na ditadura militar 1964/1985
Dilma Presidente


Enquanto os homens exercem seus podres poderes Matar de fome, de raiva e de sede São tantas vezes gestos naturais (...) Caetano Veloso

“O maravilhoso espanto com a dimensão visível daqueles pequenos grupos, agora reunidos, consolidou uma imagem evocada cada vez que os que o viveram falam sobre os movimentos sociais da década passada. [...] o que acontecera na manhã de 1° de maio de 1980 parecia condensar a história de todo movimento social que naquele dia mostrava sua “cara ao sol”." Com este parágrafo de Éder Sader, vamos iniciar nossa reflexão da semana.
Durante toda a história da humanidade tudo o que se conquista é a base de luta e organização, foi assim com fim da escravatura, com a conquista dos direitos da mulher, com os direitos trabalhistas, direitos da criança e adolescentes, movimentos homossexuais, movimentos dos sem terra, sem teto, nada, mas nada mesmo, foi conquistado sem lutas (deve ser esse o motivo da força e coragem de quem até morre por seus ideais: o sabor inebriante da vitória, do desafio).
Estamos vivenciando um momento histórico agora no Brasil, como os que aconteceram na época da ditadura, onde os jovens se organizavam através da criação de partidos e movimentos, em busca de melhorias e liberdade para a nossa gente, nesses movimentos, inclusive armados, muito bem estruturados, estava uma jovem atuante, que tinha ideais e brigava por eles, com toda a força de sua juventude e sonhos, era a então estudante Dilma Vana Russeff, que foi presa e supostamente torturada pelo “comando” da época, as Forças Armadas.
O tempo passou, alguns êxitos foram alcançados e outros se perderam no meio do caminho. Dentre as lutas por melhores condições de trabalho e salários condizentes com a dignidade do trabalhador vimos à frente outro nome significativo para a classe trabalhadora como aconteceram nas greves do ABC, com o presidente do sindicato da época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comandando milhares de operários em paralizações sistemáticas, que foram tomando força em todo território nacional, na reivindicação de melhores salários e melhores condições de trabalho. Até aqui tudo bem, é assim que se constrói uma nação democrática, onde todos têm direito a reivindicar seus direitos!
O que está acontecendo portando com o atual movimento dos policiais, militares, civis, bombeiros? Os valores mudaram? As classes trabalhadoras não podem mais realizar os seus movimentos? Caracterizam-nas de atos vândalos e de desordem, mas a quanto tempo se vem cogitando o baixo salario desses trabalhadores? Estamos todos surdos e mudos e cegos? Quanto vale para mim e quanto vale para você aquilo que almejamos? Será que no decorrer do tempo meus valores mudam? Meus sonhos são soterrados pela maravilhosa visão do poder? A quantas forças e concepções valem a minha soberania? Quem antes foi perseguida e presa totalmente desprovida de poder lutar por uma causa, hoje recorre a mesma instituição -que a caçava pelo país-, para cercear e refrear seus irmãos compatriotas, que muito sofrem e morrem em defesa da vida de outrem!
A presidenta Dilma, participava de organizações (armadas) que lutavam pelo que achavam ser o sistema político correto na época, o que mudou? Os trabalhadores de ontem não são como os de hoje? Não tem fome igual, família igual, dignidade igual? Não estou defendendo a anarquia e sim a coerência das atitudes, o que era bom ontem para o povo brasileiro, é bom hoje, os direitos conquistados tem que ser considerados.
A nossa nação precisa acordar, dizer não a imensa hipocrisia gerada nos dias atuais, e não são os trabalhadores que temos que punir, colocar em evidencia e julgar e sim os grandes políticos corruptos, que vestem pele de cordeiro em épocas de eleições para camuflar a grande ganancia pelo poder que tem a sua essência de lobo devorador dos fracos e oprimidos.
É preciso mais do que nunca mostrar a “cara ao sol”, para não ficarmos soterrados nos submundos da corrupção, subjugação e poder, se lamentando dos tempos perdidos assistindo a caravana passar, em doces ilusões, acomodados e conformados nos sofás da sala de televisão! Pense nisso.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA




Ficamos em dúvida quanto ao caminho percorrido pelo ser humano para chegar aonde chegou, tendo como base toda uma conjunção de valores preconizados pelos filósofos, historiadores, religiosos. Sendo que o último sempre ditado em altos brados e dito incorporados nos corações humanos, com grandes recompensas pós-morte. Acontece que observamos com cautela o comportamento das pessoas e suas atitudes na vida em sociedade. Seja no ambiente profissional, familiar, político, enfim qualquer que seja o meio que esteja inserida. Ora somos, ora estamos, conforme melhor nos apraz, a instabilidade é uma constante, a ausência de propósitos, a fragilidade das personalidades, ante as questões que lhes são impostas.

Inconscientemente somos aquilo que nos convém, quero estar no melhor lugar, não me importando quem vou prejudicar o que me preocupa é meu bem estar, o colega da mesa ao lado é simplesmente “o colega da mesa ao lado”, dane-se o resto!

As pessoas parecem tomadas por um senso de urgência, um imediatismo subserviente, através dos quais se manifestam em defesa de interesses de curto prazo, pontuados isoladamente, temporalmente e espacialmente, como se estivessem desconectadas do organismo social. Quando presenciamos fome coletiva, dependências químicas, depressões, guerras íntimas, internas, não precisamos ir muito longe e nem defender teses de mestrado e doutorado para concluirmos que tudo é proveniente da discrepância das atitudes do animal pensante humano!

Políticos fazem alianças historicamente incongruentes em troca de alguns minutos adicionais no horário eleitoral gratuito, ou para ganhar vantagens sobre outros colegas concorrentes, independentemente da dissonância ideológica e pragmática futura em caso de êxito no pleito. Profissionais travam um verdadeiro jogo de xadrez em seus locais de trabalho, prejudicando o colega da mesa ao lado em lances ardilosos engendrados nos corredores e nas pausas para o café, em busca de uma notoriedade que pretensamente lhes venha conferir um olhar diferenciado do chefe. Amigos cultivados ao decorrer de anos capitulam nos momentos mais críticos, negligenciando ajuda e apoio. Familiares desagregam-se ao primeiro sinal de dificuldade econômica. Pais pregam a ética a seus filhos, quando eles mesmos infringem as leis (que acham sem importância, como do transito, por exemplo) , tendo-os por testemunhas.

Há uma inversão recorrente dos valores, da ética, da moral, do caráter. As pessoas deixam de ser o que sempre foram e passam a ser o que lhes convém, pois que vivemos num mundo atualmente veloz e competitivo onde quem não tem a alma pequena acorda no outro dia em desvantagem. Estamos esquecendo o que é, e o que representa o amor em todos os aspectos de nossa existência. Estamos ficando afetivamente cegos devido a ganância que move o mundo moderno.

A análise perpassa pela questão de onde chegaremos com tais atitudes? Qual é o contexto social que viverá a geração futura? Quem está certo? Quem está errado? Eu sou ou eu estou? Qual é meu senso de justiça? Ele é pautado em meus valores religiosos, familiares, social, ou tudo isso é conto da carochinha? O que eu espero da vida? Lembre-se ela sempre devolverá aquilo que tivemos a capacidade para ofertar.

Que a lucidez comportamental possa caminhar passo a passo junto de todos nós, tendo em vista que precisamos ser para poder estar!