É curioso como se processam todos os movimentos controladores, sucessórios e reguladores ao longo do tempo. Confabulo um pouco. Houve uma época em um tempo distante, num lugar longínquo, onde existia um povo que sonhava com a prosperidade. Desejavam um mundo melhor, para a sua geração e as gerações vindouras. Não sabiam como realizar esse sonho.
Reuniram-se por diversas vezes, conversaram, discutiram, refletiram e decidiram que o melhor a fazer era nomear um grupo de pessoas, sendo um líder, para pensar as ações referentes ao progresso daquela comunidade. E assim foi feito. Escolheram o que se destacava enquanto eloqüência, fervor nos ideais e suposta sinceridade no que dizia. Isto posto, todos foram para suas casas, tranqüilos, pois não precisavam mais se preocupar com o processo coletivo do bem estar de todos. Nessa época cada qual tinha o seu lote e trabalhavam em suas pequenas propriedades.
Passado um pequeno período, foi solicitado pelo líder do grupo, uma assembléia para discutir sobre as dificuldades enfrentadas na resolução das ações. Havia empecilhos, diziam eles, nas realizações das benfeitorias para o povo. Necessitavam de ajuda, de recursos. Surgiu daí a idéia do “abono”, que todos teriam que “doar”para o grupo tocar melhor suas idéias de melhoria. O povo aplaudiu a decisão, pois realizações grandes viriam! Cada um colaboraria com uma quantia “X”, fielmente. Passaram os anos, todos colaborando, o líder do grupo se sentia seguro e começou a exigir mais (e fazer menos), com o apoio dos demais de seu grupo.
Com o tempo, a cúpula perdeu o controle, seus integrantes esqueceram-se dos ideais primeiros, sentiram-se empodeirados, e cheios do poder, sentiram-se os maiorais, exigiam benefícios, pois falavam em nome do povo, representava-o. Todos se rendiam sem saber qual atitude tomar. Porém os mais espertos desenvolveram uma técnica de sobrevivência, que os aproximava desse dito poder e formaram um grupo maior, que se intitulavam “defensores do povo”. E o povo, esse, trabalhava arduamente para se manter em seus pequenos afazeres e continuar contribuindo com o líder maior, pois assim é necessário, diziam eles.
Quanta ingenuidade! Hoje essa comunidade, antes de pessoas tranqüilas e trabalhadoras, está reduzida a um povo carente, necessitado de esmolas dos lidere e são taxados de miseráveis. Lembra-se daqueles que se reuniam, todos no mesmo patamar de igualdade? Não existem mais. O povo? Existe para trabalhar e pagar tributos ao grupo de lideres, que se lambuzam em suas falsas glórias. Porque não reagem? Não se sabe. Deve ser pela longa trajetória e falácia, inculcada de esperanças de um mundo melhor, prometida por toda espécie de líder que foram surgindo e exigindo mais. Estão subjugados, cegos, acomodados. Miseráveis.
E lá num tempo distante onde todos eram felizes, pensavam em algo mais. Essa insatisfação, essa ambição e inquietude que levam o homem a sua bancarrota. Ah! Se eles soubessem, seria tudo diferente. Seria?
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