quarta-feira, 6 de abril de 2011

Em Algum Lugar do Passado



Em algum lugar do passado nós procuramos revirar os sentimentos guardados como fruto da formação da personalidade do que hoje somos! Nostalgia, ou algo que deseja procurar e que está escondidinho em algum lugar.... Na busca, em reflexões sobre a vida indagamos: e se eu pudesse viver a vida novamente? Como seria? Existe uma mensagem que circula pela internet que traz em seu teor o seguinte: “se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros, cometeria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres”.

Essa vida que nos desafia nos enfrenta e nos mostra as turbulências da dia-a-dia como forma de aprendizado, às vezes nos retém em um espaço torturante em que o cotidiano nos devora. Devemos nos perguntar, se eu pudesse viver a minha novamente, eu quereria vive-la do mesmo jeito que vivi? Com meus desenganos, fracassos e equívocos? Conviver com todas as pessoas que me fizeram crescer pela dor? Sem esquecer das que partilharam comigo na construção do que chamamos de vida e que me amaram na compreensão...e me ajudaram no crescimento da própria existência? E os dias vão passando, primavera, verão, outono, inverno... muitos carnavais, janeiros.

Algumas pessoas dizem que sentir-se velho é um estado de espírito, outros, que se trata apenas de um fator biológico, na verdade na medida em que os anos vão passando e experiências vão se acumulando, passamos a enxergar a vida de uma forma mais verdadeira e intensa com a percepção aguçada daqueles que muito viveram e que hoje trazem na memória toda a trajetória dessa vida construída passo a passo.

Portanto não percamos tempo, só temos o momento, pois é desse momento que viveremos o futuro é daqui que buscaremos nas lembranças o nosso ser e a nossa vida, poderemos nos jubilar, sentir uma paz imensa das lembranças trazidas, ou poderemos chorar e lamentar o tempo perdido, em algum lugar do passado, e nas lamurias lembrar que poderíamos ter amado mais,  presenciado mais entardeceres, sorrido mais, errado mais, enfim vivido mais!

Se pararmos para analisar  nossa vida, concluiremos que apesar das dificuldades e sacrifícios há como sermos felizes. Basta para isso nos livrarmos da pressão por status que a sociedade nos impõe, do consumismo apelativo do mercado, das vaidades, pois tudo isso, no fundo é banal, é passageiro, são rapinas que roubam e sequestram nossos mais preciosos momentos, onde nos perdemos do caminho da felicidade em busca de coisas supérfluas e esquecemos muitas vezes até mesmo quem somos.

Não nos damos conta, mas muitas vezes em busca de um lugar ao sol -principalmente na juventude- buscamos imitar, espelhar-se em outros e sem perceber cometemos dois erros crassos: quem imita o que é mau vai além do exemplo e quem tenta imitar o que é bom fica a quem do exemplo copiado. Ser autentico, principalmente para consigo mesmo é construir os próprios degraus da existência e os tombos e tempestades da vida nada mais são do que lapidadores de nossa personalidade.

Vivemos, trabalhamos e nos socializamos em busca da felicidade, no entanto não nos damos conta de que ela jaz dentro de nós aguardando a oportunidade de nos desvestirmos de todos os medos, preconceitos e ilusões. Pena que isso só ocorra quando a vida percorre suas ultimas esquinas, quando o amor, a tranquilidade e a sabedoria se traduzem numa única palavra: amadurecimento, o amor verdadeiro pela vida.

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