sexta-feira, 29 de abril de 2011

Você Tem Fome de Que?



Estávamos eu e mais duas pessoas em um mercado da cidade e presenciamos uma situação bastante entristecedora, um senhor com mais ou menos 65 anos de idade, escondia em seu corpo barras de chocolate! Qual a razão desse senhor sexagenário aparentemente honesto e trabalhador, realizar tal fato? Por que motivo ele esconderia barras de chocolate, furtando algo que não lhe pertence?

Período bastante propício para refletirmos sobre nossos conceitos das datas comemorativas. De tempos em tempos é uma parafernália de coisas que introduzem em nossa mente, nos deixando à mercê do consumismo. Pessoas se endividam nas prestações a perder de vista, para atender ao apelo das maravilhosas propagandas, alguns cometem até o disparate de colocar furtivamente o pedido da vez em baixo da camisa, dentro da bolsa, tal é o chamamento para o desfrute da bola da vez, ser como todos e usufruir do consumo.

Agora estamos no período da Páscoa, Semana Santa, onde se comemora o que mesmo? Perderam-se os valores, e os conceitos religiosos multifacetaram-se, pois que, multiplicaram-se as denominações religiosas cristãs e a originalidade das mesmas, dividindo-se em diversas interpretações da literatura base do cristianismo, deixando o indivíduo despreparado, confuso, sem saber qual linha seguir, qual o melhor ensinamento.

Nessa Era Tecnológica, aonde se vai para diversas direções e onde o senso apelativo, distorce os valores, cada qual procurando arrebanhar o maior número de adeptos, deixa realmente famintos aqueles que têm fome de conhecimento, fome de afeto, aquele que está em busca de algo concreto, onde essa ansiedade coletiva, que gera a doença do século: DEPRESSÃO! Se desfaça, onde esse mundo utópico de igualdade social e direito, dignidade para todos seja realmente verdadeiro.

Você tem fome de que?

“A gente não quer só comida, quer comida, diversão e arte”. Quer uma vida onde em toda parte reine a paz, a irmandade, onde não se mate e nem haja descriminação em nome do Cristo, onde não haja guerras, ambições, vaidades, onde o amor impere sobre o egoísmo e a caridade seja a concretude do amor, abstrato e concreto se unindo para a transformação da sociedade, neste nosso lindo mundo azul! Onde realmente sejamos cristãos de verdade e não por conveniências.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quem somos? O que é a sociedade?


Entre o céu e o inferno paira a nossa cabeça, que acumula através de toda a vida experiências e modo de se viver. Nesse longo percurso em que vamos assimilando o conhecimento e vestindo as armaduras para o enfrentamento desse processo do aprendizado, verificamos, se fizermos uma análise profunda, que somos a construção de um todo.

Somos o que nossos pais, primeiros educadores, nos incutiram de valores morais e religiosos, somos o que a sociedade espacial e temporal é, com seus defeitos, anseios e crueldade, somos o que o sistema político governamental queira que sejamos, somos o que a cultura de um povo vivencia, somos frutos da educação formal na qual somos inseridos desde a mais tenra idade...

Constatamos enfim que somos um conjunto, uma salada mista de tudo que ocorre a nossa volta. Todos nós passamos por esse mecanismo coletivo de aprendizado, uns assimilam de uma forma, outros de outra forma, é como se a vida fosse um grande banquete, e fossemos convidados a participar do mesmo. Par  alguns, determinados sabores lhes apetecem mais, para outros diferentes sabores, uns pegam daqui, outros dali... Assim é a vida em sua totalidade, vivemos e assimilamos experiências como indivíduos únicos, embora esteja o banquete oferecido, somos nós que escolhemos o que comer...

Portanto, quando você se deparar com uma criança ávida de carinho e de conhecimento, pense, reflita  no que você está oferecendo para esse individuo, quais são os valores e exemplos transmitidos para a formação dessa pessoa para a sua contribuição com o coletivo, pois que ninguém consegue se isolar definitivamente dos seus iguais.

Recentemente fomos alertados da forma mais cruel do resultado e dos estragos causados por uma má formação educacional e afetiva, pelo isolamento forçado por falta de empatia de uma pessoa com o seu grupo, pelo desespero de uma vida solitária, pela falta de preparo das pessoas que conviviam com essa pessoa para detectar o problema de saúde e providenciar o tratamento. Foi o fatídico caso do Realengo.
 Poderia ter sido evitado? Dizem os psicólogos que possivelmente sim, se a pessoa que cometeu esse crime bárbaro tivesse atendimento terapêutico, se fosse medicado, se tivesse uma vida normal, se não sofresse bulliyng, se... Onde está o erro e de quem é a culpa?  Dulce Critelli, professora de Filosofia da PUC-SP diz “que talvez tenhamos que entender nas ações humanas aquilo que atua contra a própria ação humana e criar um índice para entendermos o que é crime”.

Então você já fez a sua boa ação hoje? Aquela verdadeira, sem máscara, sem vaidade e preconceito? Já olhou a sua volta para ver quem compartilha com você o seu dia, a sua vida? Consegue ver os transeuntes e ler em seus semblantes, as vezes carregados, as vezes tristes, enraivecidos, apavorados, e quem sabe as vezes felizes? Tal é a composição de nossa sociedade.  O que fez você hoje? Sorriu para alguém, olhou para o gari que limpa a rua, recolhe o seu lixo?  Beijou seu filho, disse que o ama? Olhou a flor do seu jardim? Admirou o sol quentinho de ontem e a chuva de hoje? Esse ano já presenciou um por de sol? Olhou para você mesmo e procurou refletir suas ações cotidianas?

Não basta passar pela vida, julgar pessoas, analisar superficialmente ações, precisamos nos conscientizar da grande importância de nossa contribuição para a formação da sociedade, pois ela está em nós e nós estamos inseridos nela. Somos nós que a formamos com seus valores, crenças e credos, somos nós que a criamos, somos nós que construímos anjos e demônios! Isto é, a responsabilidade pelos descaminhos e sucesso de uma sociedade é de todos que a compõem.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Em Algum Lugar do Passado



Em algum lugar do passado nós procuramos revirar os sentimentos guardados como fruto da formação da personalidade do que hoje somos! Nostalgia, ou algo que deseja procurar e que está escondidinho em algum lugar.... Na busca, em reflexões sobre a vida indagamos: e se eu pudesse viver a vida novamente? Como seria? Existe uma mensagem que circula pela internet que traz em seu teor o seguinte: “se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros, cometeria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres”.

Essa vida que nos desafia nos enfrenta e nos mostra as turbulências da dia-a-dia como forma de aprendizado, às vezes nos retém em um espaço torturante em que o cotidiano nos devora. Devemos nos perguntar, se eu pudesse viver a minha novamente, eu quereria vive-la do mesmo jeito que vivi? Com meus desenganos, fracassos e equívocos? Conviver com todas as pessoas que me fizeram crescer pela dor? Sem esquecer das que partilharam comigo na construção do que chamamos de vida e que me amaram na compreensão...e me ajudaram no crescimento da própria existência? E os dias vão passando, primavera, verão, outono, inverno... muitos carnavais, janeiros.

Algumas pessoas dizem que sentir-se velho é um estado de espírito, outros, que se trata apenas de um fator biológico, na verdade na medida em que os anos vão passando e experiências vão se acumulando, passamos a enxergar a vida de uma forma mais verdadeira e intensa com a percepção aguçada daqueles que muito viveram e que hoje trazem na memória toda a trajetória dessa vida construída passo a passo.

Portanto não percamos tempo, só temos o momento, pois é desse momento que viveremos o futuro é daqui que buscaremos nas lembranças o nosso ser e a nossa vida, poderemos nos jubilar, sentir uma paz imensa das lembranças trazidas, ou poderemos chorar e lamentar o tempo perdido, em algum lugar do passado, e nas lamurias lembrar que poderíamos ter amado mais,  presenciado mais entardeceres, sorrido mais, errado mais, enfim vivido mais!

Se pararmos para analisar  nossa vida, concluiremos que apesar das dificuldades e sacrifícios há como sermos felizes. Basta para isso nos livrarmos da pressão por status que a sociedade nos impõe, do consumismo apelativo do mercado, das vaidades, pois tudo isso, no fundo é banal, é passageiro, são rapinas que roubam e sequestram nossos mais preciosos momentos, onde nos perdemos do caminho da felicidade em busca de coisas supérfluas e esquecemos muitas vezes até mesmo quem somos.

Não nos damos conta, mas muitas vezes em busca de um lugar ao sol -principalmente na juventude- buscamos imitar, espelhar-se em outros e sem perceber cometemos dois erros crassos: quem imita o que é mau vai além do exemplo e quem tenta imitar o que é bom fica a quem do exemplo copiado. Ser autentico, principalmente para consigo mesmo é construir os próprios degraus da existência e os tombos e tempestades da vida nada mais são do que lapidadores de nossa personalidade.

Vivemos, trabalhamos e nos socializamos em busca da felicidade, no entanto não nos damos conta de que ela jaz dentro de nós aguardando a oportunidade de nos desvestirmos de todos os medos, preconceitos e ilusões. Pena que isso só ocorra quando a vida percorre suas ultimas esquinas, quando o amor, a tranquilidade e a sabedoria se traduzem numa única palavra: amadurecimento, o amor verdadeiro pela vida.

terça-feira, 5 de abril de 2011

PGM ITACIANA 02 04 BAIRROS 2 2

Exemplos de um outro lado



Estamos na espera de bons frutos, diz o ditado popular que depois de uma tempestade , vem a bonança! Esperamos dias melhores, sorrisos nos rostos de nossas crianças, tranquilidade no semblante das mães, alegria no andar dos adolescentes, serenidade no falar de nossos idosos!

Lá no outro lado do mundo sofre um povo, calado, contido na sua dor, esperançoso, reconstruindo um lugar tão seu, outrora tão próspero, construído através da perseverança de sua gente, que ora tentam buscar uma solução para essa trágica situação causada por danos naturais misturados com a tecnologia humana.

O brasileiro é considerado hospitaleiro, caloroso e pronto a ajudar quando é chamado, pois que somos prestativos em todos momentos, arregaçamos as mangas de camisa e vamos ao trabalho, gostamos muito também de aparecer e posar de bons mocinhos, mas será que realmente estamos vivenciando a solidariedade a partir de nossa casa? O nosso país? Estamos realmente preocupados com o futuro de nossas crianças, cidadãos que comporão a sociedade de nosso Brasil? Percebemos com nitidez os valores que transmitimos e cravamos na memória dos seres que hoje se forma através de nossos ensinamentos e de nossos exemplos? Seríamos capazes de contornarmos tão rapidamente uma situação catastrófica como a que aconteceu com o país do outro lado do mundo? Com habilidade e rapidez uma estrada destruída, foi reformada completamente em seis dias! Com veículos transitando normalmente pela mesma.

Quanto tempo mesmo tem os buracos de nossa cidade? É tão difícil assim de tapar e recapear uma pequena cidade do interior do país, é muito complicado elaborar uma licitação? Qual a diferença? Será a cultura? Ou falta de vontade política, de realizar as tarefas de casa com presteza e desinteresse pessoal e sim pensando no bem coletivo e na ascensão de um povo para o progresso de sua nação.

 É um caso a se pensar e muita reza a se fazer, pois se algo assim como um terremoto acontecer aqui para as nossas bandas, vai ser um Deus nos acuda! Pois não damos conta se solucionar os problemas relativos aos buracos nas ruas...

Pois que o mundo gira e gira e esperamos dias melhores... sorrisos, saúde perfeita, crianças felizes, adolescentes em paz, idosos serenos e vontade muita vontade política para que tudo se realize de uma forma concreta, real e verdadeira, é o que merecemos.