quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Reflexões sobre valores e impunidade


O Brasil todo está a discutir esta tremenda palavra: IMPUNIDADE! Pena que de forma fragmentada e isolada.

Para discuti-la com severidade e seriedade seria necessário analisarmos o nosso cotidiano, a nossa sociedade, a nossa cultura. Teríamos que sair de nossas máscaras de bom sujeito, bom cidadão, deixar de proferir falácias e sermos mais autênticos, enfim professar ideais e ideologias perenes e constantes, sem perder jamais a nossa essência! Infelizmente não é isso que ocorre atualmente, cobra-se de uns a idoneidade, a honradez enquanto que  outros esbanjam a falta de compromisso consigo próprio e com a sociedade que tanto supostamente defendem.

Se pegarmos o foco das discussões políticas sobre ficha limpa, quem irá atirar a primeira pedra? E se falarmos das desigualdades sociais, quem irá dar o primeiro passo para a construção de uma sociedade igualitária? E se falarmos da inimputabilidade em decorrência da faixa etária, o que discutiremos? Ou como discutiremos, de forma isolada e ineficaz? O que vem acontecendo referente aos conflitos com a lei com adolescente, remete a reflexões sobre mudanças nas LEIS, uma delas o ECA ( Estatuto da Criança e Adolescente), vem dizer, ou melhor nos alertar dos caminhos que percorremos para chegarmos até aqui: por que nossas crianças e adolescentes são capazes de cometer atos indignos e as vezes até perversos?

Que caminho é esse?

Em um país onde a cultura perpassa por: “jeitinho brasileiro”, tudo é permitido quando se tem um JEITO para camuflar uma ação nefasta, a falta de ética cotidiana através de pequenos atos, onde os exemplos são dados e passados dos maiores para os menores, os políticos têm uma enorme contribuição... A questão é mais séria do que imaginamos, quando começamos (a sociedade) a praticar pequenos delitos: não pagar seus impostos, não obedecer leis de trânsito, não respeitar o próximo, colocar sempre seus interesses individuais acima do coletivo, falta a ética para essa sociedade. 


No dia-a-dia achamos que essas pequenas ações não interferirão, mas ao longo do tempo a moral da comunidade é afetada de todas as formas, cria-se uma cadeia na construção de uma sociedade pervertida, onde valores éticos, morais são invertidos! Pode-se tudo. Exemplos de corrupções em todas as escalas são dados, uma insegurança se apodera de todo o Brasil, o que fazer? Culpar nossas crianças e adolescentes? Culpar a família? Uma pessoa isoladamente?

São Jorge, empresta-me o Dragão! Pois essa luta é grande, há que se começar tudo de novo, se quisermos uma sociedade que transmita valores rígidos para os que estão em formação, terá que começar por ela própria!

Por onde? Chamando todos à prática das LEIS BÁSICAS, respeitando a si próprio, ao próximo e a cidadania!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A problemática da educação


  
Houve atraso das aulas no inicio de mais um ano letivo em toda rede municipal de ensino por falta de professores e não se sabe de onde vem a falha, é do sistema? É do estado, do município ou do governo federal? Onde está esse sistema abstrato que desestrutura toda uma rede de ensino, num país multifacetado, de várias regiões, especificidades, culturas, rico em tudo, na natureza, seu solo, seu povo, rico em leis (que são tantas) e rico também no não cumprimento dessas leis?

Considerando a vastidão do nosso país e suas riquezas, fica a pergunta: porque ainda somos considerados país do terceiro mundo? O que possibilita um país ao crescimento? As pessoas que nele habitam, -diriam os sábios e estudiosos-, suas políticas públicas e consequentemente a vontade política dos governantes, eleitos pelos habitantes desse país. Portanto, a efetivação das políticas públicas sociais que envolvem a educação, a saúde, assistência social, habitação, etc., depende e muito da vontade dos governantes, e daí vem a falha do sistema!

Mais uma vez o senso comum reflete nos rostos das crianças e adolescentes que retornam às aulas e logo na primeira semana, sente qual é o compromisso do poder público quanto a educação, FALTA PROFESSORES! O profissional primordial para mover a mola propulsora de uma sociedade consciente, firme em seus propósitos, de um ideal igualitário e justo, não é valorizado como deveria, salas superlotadas, salários defasados, jornadas duplas, triplas de trabalho, refletindo no aluno e na sua efetiva educação, proporcionando uma relação de desânimo interagindo no universo escolar.

Um país forte é aquele que investe na educação desde as séries iniciais, para que a criança não perca o interesse pelos estudos e continua acompanhando a vida do pequeno cidadão, em sua evolução educativa para se relacionar de igual para igual com qualquer grande nação! O Brasil bem que merece.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Escravidão é coisa do passado?


Ao “pé” da letra a escravidão foi extinta, no Brasil oficialmente em 13 de maio de 1888, mas em 1995 o governo brasileiro admitiu que existia condições de trabalho análogo à escravidão.

A assinatura da Lei Áurea, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, acabando com a possibilidade de possuir legalmente um escravo no Brasil. No entanto, o que vemos não só no meio adulto, mas também com crianças e adolescentes é a prática da exploração pelo trabalho, de toda espécie, o mais lembrado quando se fala de trabalho escravo é do trabalhador rural e os locais são fazendas distantes de nossa realidade. Mas vale lembrar que toda forma de cerceamento de liberdade, trabalho degradante caracteriza-se por escravidão.

A convenção nº 29 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) de 1930, define sob o caráter da lei internacional o trabalho forçado como “todo trabalho ou serviço exigido de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual não se tenha oferecido espontaneamente”.

Observamos, portanto que quando se acolhe uma criança e a coloca para executar tarefas além de sua capacidade física, ou pessoas adultas aliciando meninos e meninas para exploração sexual é considerado trabalho degradante, insalubre, perigoso e que ocorre vários e graves danos à sua formação física e psicológica.
Lembramos também que o trabalho escravo não está tão distante de nós, pode estar ali na casa ao lado, no comercio, na fazenda, nas usinas, carvoarias e nas aldeias!

Precisamos dar um basta a toda ação que vai contra os Direitos Humanos, ter atitudes firmes e corajosas no enfrentamento desse problema, que o poder público volte o seu olhar com seriedade e compromisso com políticas afirmativas para a erradicação desse mal. Que toda sociedade civil organizada esteja atenta e procure denunciar, cobrar, para mudar realidades perversas ainda existentes em pleno século XXI.