quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quem é quem na política de Dourados?




Em uma semana decisiva para a política partidária, quando todos os partidos fazem suas convenções, buscando um espaço significativo na política local, não se sabe quem é quem.

 Os velhos tempos das ideologias partidárias ficaram para trás. Os sonhos, as lutas, mortes e vidas separadas, idas e vindas, exilados, músicas embutidas de protestos, gritos presos na garganta, e muita vontade de mudar sistemas, conceitos arraigados em uma cultura colonial e repressiva, onde a ordem do dia seria a liberdade de expressão e de ir e vir, são sonhos que ficaram no passado e na memória dos que ficaram chorando as lutas perdidas por entremeio a vaidades, a ganância e a ambição pelo poder político e financeiro em detrimento dos ideais vividos no passado.

Assim quando abrimos as páginas de jornal e presenciamos alianças como a do ex-presidente Lula com o Deputado Maluf e vimos diante disso, desabar toda a credibilidade de um como de outro. O que vale para o ex-presidente? Ganhar? E o que vale para o deputado Maluf? Ferir uma ideologia? Sangra o coração de um e de outro? Apertam as mãos jurando aliança eterna e sendo amigos desde pequeninos? Onde está a verdade? Hipócritas, manipuladores de ingênuas mentes, tudo fazem para conseguir seus objetivos não importa o que vão ferir, se a própria idoneidade ou a crença de um povo já farto de promessas e que de tanto acreditar já se conformam com a política dos favores, benefícios, vendendo a vontade própria, a dignidade por um prato de comida.

E o que falar das alianças realizadas aqui em nossa cidade? Lembram-se das eleições extemporâneas? Quem iria imaginar o PT (Partido dos Trabalhadores) aliado com o DEM (partido Democrata), o socialista com o neoliberal? Quem iria imaginar o ex-prefeito Laerte Tetila, pregando panfleto nos carros e parando os transeuntes para dizer do grande governo que fariam com o ex-filiado do DEM e recente candidato do PSB (Partido Socialista Brasileiro) da noite para o dia? Quem acredita na salvação de Dourados? A confusão é tanta que não dá para acreditar em mais nada e em mais ninguém!

A nossa curiosidade e nossa atenção se volta para esse final de semana, quem está falando a verdade? O que acontecerá, ou melhor, está acontecendo nos bastidores políticos, a quem estão querendo enganar? Veremos. Só nos resta esperar e ficarmos na expectativa para vermos quem é quem. Quem subirá no palanque com quem, o que dirão dessa vez, quem será o salvador da pátria.

Enquanto isso, casos ridículos vão acontecendo, beijos em crianças vão sendo dados, quadrilhas são apresentadas (juninas), os hospitais públicos superlotados, macas pelos corredores, greves de professores, educação em luto e saúde um caos, ruas em buracos, elevação de preço dos combustíveis na calada da noite, doação de cobertores como a solução definitiva para aplacar o frio dos pobres, as leis, a efetivação da política pública delegada a segundo plano, pois é preciso correr atrás do prejuízo ocorrido nas últimas eleições. E o povo? Os eleitores? Também correm atrás do prejuízo para ver se ganham alguma coisa daquele político bonzinho que aparece em tempos de eleição!

É, continua tudo com dantes no quartel de Abrantes! Quer pagar para ver? Eu não.

Amor, obsessão: realidade e fantasia




No mês de junho muito se fala do amor, de romantismo, de carinho, da cumplicidade no relacionamento e a felicidade de compartilhar uma relação onde exista a troca e a serenidade em conviver. Porem nem sempre é assim, existe os relacionamentos possessivos, obsessivos, que diante de um sentimento que deveria ser de harmonia e tranquilidade, acaba se tornando em tragédia e destruição.

A mídia está explorando o recente acontecimento trágico ocorrido nos tramites dos sentimentos relacionados ao amor obsessivo. O caso da advogada Elise Matsunaga, que de relacionamento considerado como o sonho de uma menina vinda do interior, se tornou o seu maior pesadelo.

Se formos caracterizar o referido caso como um relacionamento obsessivo, poderemos considerar a grande ansiedade gerada nessa relação estressante, esmagadora e dolorosa. Quem pode medir um sentimento, uma patologia? Do que o ser humano é capaz quando se sente ameaçado? Vimos também recentemente um caso da senhora idosa que atira corajosamente no indivíduo que entra em sua casa para furtar, foi em legítima defesa, ou ela fazia isso ou sabe-se lá o que aconteceria! Ela defendia sua vida, sua casa. E a Elise o que defendia? A sua dignidade? O seu amor? O que motivou aquela criatura ao ato tão extremo? O que a impulsionou para apertar o gatilho? Ela agiu friamente ou foi movida pelo medo, que lhe gerou o comprometimento emocional, tentando buscar uma saída para fugir da realidade.

 Amor e ódio, os sentimentos se completam e interagem formando sentimentos entrelaçados, angustiosos e terrivelmente insuportáveis!

Quem é a vítima nessa história toda?  Quem morreu primeiro? Ela ou ele? Não há defesa nem acusação de nossa parte, simplesmente a consideração da  posição de mulher atormentada por um relacionamento por demais confuso e esmagador, misturado entre realidade e fantasia, composto de insegurança e traição.

 O que poderemos considerar em um país onde é grande o número de mulheres que sofrem espancamentos, são humilhadas, onde ainda é preciso formular leis para garantir  a sua integridade física e emocional? O que podemos avaliar de tantos casos de assassinato pelo nome “amor”? Quantas mulheres foram mortas de forma cruel e desumana? Quantos homens da mesma forma sofrem pressões emocionais e são também mortos em nome do amor? Será que estamos confundindo os sentimentos? Posse, obsessão, subjugação, com amor, companheirismo, cumplicidade, serenidade, união? Quem pode mais? Eu ou você? Será que não seria melhor considerar o nós? Qual o peso da situação econômica? Do poder, da dominação?

Em uma sociedade conturbada como a nossa onde valores estão visivelmente sendo invertidos, onde não sabemos mais em quem confiar, pois que religiões se formam à vontade, sem critérios, estudos mais profundos, onde se oferece milagres de todos os tipos, atraindo um grande número de pessoas carentes de acreditar no sobrenatural como uma forma de preencher o seu vazio existencial e como uma forma de chegar mais rápido aos reinos dos céus, fazendo uma barganha com Deus, praticando boas ações em troca de um caminho mais rápido para o céu, com linda casa com jardim e tudo o mais lhe aguardando pós-morte? O que podemos considerar em um país onde todos falam tudo de mentirinha? Onde todos juram honestidade eterna, quando na verdade praticam falcatruas das grossas? O que considerar? Prendem ladrões de galinhas e os de colarinho branco ficam por aí bancando de inocentes, prestigiosos, sempre voltando ao comando, como um círculo vicioso? O que considerar de um povo que é dócil para com os políticos corruptos, mas em contrapartida cometem crimes das mais variadas formas com seus semelhantes, seus pares?

A roda viva continua, amanhã será outro dia, outros acontecimentos estarão em mídia, outros focos e fatos serão discutidos, alguns farão de conta que está tudo bem, outros lutarão até o fim para manter o poder e a evidencia, louvores subirão até os céus, políticos subirão nos palanques por aí à fora bradando aos quatro cantos as suas qualidades e o quanto será bom para a sociedade e nós como marionetes faremos o nosso pequeno espetáculo fingindo que acreditamos!

E diante disso tudo o amor sempre sobrevive, o verdadeiro.

É isso, acredite se quiser.



UM PAÍS DE TODOS E DE POUCOS





Nós brasileiros somos movidos a siglas, (sopas de letrinhas), para determinar diversos, programas, projetos e serviços que juntos formam leis, regulamentam-nas, executam ações de benefícios sociais, criam impostos para todos os produtos, desde a cesta básica de alimentação até altas negociações empresariais, bancárias, essa última, diga-se de passagem, é campeã na questão: juros, sendo, segundo alguns entendidos da economia o “agiota regulamentado”.

 Enriquecem uns e outros ficam a mercê da própria sorte, dão um duro danado para sobreviver e fazem, sem perceber o mesmo trabalho escravo da época da nefasta escravidão, pois que na labuta diária mal sobra tempo para ouvir seu filho adolescente, para olhá-lo com atenção, para um chamego mais tête-à-tête com a mulher ou a mulher com o marido, a correria é tanta que para sobreviver, diante das necessidades apresentadas de uma sociedade por demais consumista, acabamos nos estressando, ficamos chatos e doentes, por fim acabamos muitas das vezes gastando o que ganhamos, com saúde.

 Façamos uma análise, o sujeito da dita classe média trabalha pra quê? Levanta cedo, muito cedo, aliás, se quiser obter uma boa renda, digo uma renda que lhe possibilite colocar seu filho em uma boa escola, ter um bom carro, uma vida social mais ou menos e conseguir fazer a compra do mês no mercado sem entrar no “vermelho”, caindo dessa forma nas garras daquele agiota regulamentado, viajar? Nem pensar, só com muito esforço de toda a família na economia, para que tal ocorra, de ir no máximo a uma prainha no interior do Paraná...

E a outra classe, a pobre, aquela que depende de benefícios sociais, benefícios esses oriundos dos cofres públicos que por sua vez nos enche de impostos dos mais altos do mundo, para suprir as necessidades básicas desse cidadão, já tão prejudicado e sujeito a “doações”, passando por humilhações, em época de eleições, com o pedinte de votos dizendo fazer-lhe um grande favor! Da onde? Que favor? E os direitos do cidadão de usufruir o que lhe compete? E o nosso vasto e gigante Brasil que enfrenta crises como sendo "marola” segundo o ex-presidente, e 3oo% de vantagens dos outros países, segundo a presidenta? E para onde vão verbas gigantescas dos programas sociais, que deveria suprir as necessidades das famílias em situação de vulnerabilidades social?

 Ainda hoje vimos no jornal, esse para qual escrevo, uma matéria de uma mãe com o rosto coberto, aos prantos, pela impossibilidade de sustentar seus cinco filhos, menos um que se suicidou devido à miséria (com apenas 14 anos), o marido, preso por furto em busca de alimento, e ainda falamos em solidariedade? E os benefícios que  deveriam suprir as necessidades dessa cidadã, são considerados no termo solidariedade? Onde estamos em qual século? Diga-me, por favor, pois que ao fazermos uma conjuntura, uma análise de como tudo começou nos perdemos em conceitos como: vaidade, ganancia, poder, ambição e para camuflar tudo isso criamos projetos, programas e serviços e uma infinidade de siglas para definir pra onde está indo as verbas das outras siglas, ou seja, os impostos, são tantos, e nos perdemos em decifrá-los: IPVA,IPTU,ICMS, etc... É um tira daqui e põe ali, virando uma enrolação total, no meio do caminho desse tira e bota muitas coisas se perdem e nos perdemos de vez em outro assunto que ficará para a próxima, a corrupção.

CREPÚSCULO




Durante toda a nossa vida vamos sedimentando valores oriundos de várias vias por onde caminhamos. As experiências adquiridas nesses percursos denominamos de muitas formas, muitas das vezes chamamos de inteligência, sabedoria, esperteza, e até intuição, sensibilidade...

Se formos classificar os itens citados acima, teremos outras vertentes, como a inteligência, por exemplo, ela se divide em categorias tais como: a emocional, interpessoal, intrapessoal, corporal, cognitiva...

Na verdade, porém, tudo é um grande conjunto de apanhados daqui e dali, que na luta pela sobrevivência nos agarramos naquele que percebemos ou sentimos ser o mais viável nessa longa trajetória chamada vida, ou o que nos convém naquele momento.

 Acontece que apesar de lutarmos muito e termos o nosso instinto de sobrevivência ela, a vida, se torna de difícil entendimento e aceitação. Quem por exemplo aceita a separação definitiva de um ente querido? Quem consegue entender os disparates da vida, que não nos deixa viver a felicidade simples e sistemática, nos proporcionando apenas fragmentos de vislumbre do que poderia vir a ser a tal felicidade? Quem consegue entender a divisão de bens, poderes, facilidades, divisão desproporcional, incorreta e desigual? Quem consegue entender a diversidade das religiões, crenças e fé professadas das mais diferentes formas? Quando ouvimos alguém dizer, estufando o peito: “O MEU DEUS É MAIS”, quantos deuses existem?

Ocorre que nos emaranhados do processo cotidiano (pois a nossa vida é uma somatória de pequenos acontecimentos diários), apelamos a subterfúgios na esperança de completar um vazio por demais insistente que bate a nossa porta. Desta forma é que nos aglomeramos através de grupos sociais, religiosos e familiares, numa tentativa de saciar a nossa necessidade do pertencimento. Isso quando não desviamos o foco de nossas carências ao consumo, que por si só é apelativo, e nos perdemos nos turbulentos caminhos da corrida competitiva do dia a dia em busca de melhorias as vezes imaginarias, para  satisfação do ego, da vaidade e nos perdemos da nossa essência, originalidade e autonomia, passamos a viver para a aparência do físico, de coisas materiais, em detrimento de nossa vida emocional.

Tudo acontece tão rapidamente que de repente nós olhamos no espelho e verificamos a primeira ruga, o primeiro vinco cavado na face, nos surpreendemos com a crueldade do tempo, o incansável tempo que implacável passava enquanto nos perdíamos em meio a vaidades e conquistas supérfluas.

Quais são, portanto os nossos desejos? Quais são implantados em nossa mente, e quais realmente são nossos? Qual é a segurança que temos ao enfrentarmos um dia cheio de tarefas, compromissos, que esses realmente são importantes? Que chegaremos ao fim de nossa jornada e verificaremos que valeu a pena? Que garantia temos? Como poderemos atravessar incólumes pela turbulência do viver?  Onde estamos centrados? Do que precisamos, disso ou daquilo?

É necessário voltarmos nossos sentidos para a real vida, para a nossa essência, para que quando chegarmos ao crepúsculo de nossas vidas, olharmos no espelho e contar as marcas fincadas em nossa face e enumerá-las uma a uma, como um troféu de honra ao mérito, por ter vencido essa longa batalha chamada vida e quando perguntado se gostaríamos de viver novamente a mesma vida, responder: quantas vezes forem possíveis.
Pense nisso.

A animalidade humana




Quanto há em nós de instinto, de sentimentos ainda animalizados,  quanto falta para atingirmos por completo a plenitude do ser humano?

Esta semana presenciei uma cena que me entristeceu sobremaneira, por vários motivos, o primeiro por verificar que o ser humano beira a bestialidade de ações quando  julga que não está sendo observado, o segundo por presenciar o quanto custa uma maldade gratuita a seres indefesos.

Estava percorrendo o trajeto que faço do trabalho para casa, quando em determinado trecho ouvi gemidos e estalar de batidas, sequentes, aterrorizantes, impiedosas, parei, ouvi , segui, não me conformei e voltei. No momento em que virei para voltar, um brutamonte, chamado ser humano, com um pau na mão, agredia um pequeno cachorro, e o jogou porta a fora, na calçada. O animal gritava e se contorcia todo. Era momento de saída da escola próxima ao incidente e eu com vários alunos corremos para acudir o animal, resumindo o cachorro não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. O indivíduo foi parar na delegacia e terá que responder pelo ato extremamente cruel que cometeu.

Para nós fica a reflexão do que o ser humano é capaz, de onde surge tanta crueldade?

Desde os primórdios da existência em nosso globo terrestre, houve os momentos de experiências, de aprendizado, fomos buscando o conhecimento e foram surgindo várias necessidades de defesa para a nossa subsistência, passamos por vários conflitos que nos possibilitaram a percepção de nossa situação enquanto ser vivo.

Tudo bem, tivemos que passar por dolorosas experiências, tivemos oportunidades de escolhermos os caminhos que percorremos e fomos aos poucos formando tribos, desenvolvendo grupos de convívio onde no processo coletivo, difícil por si só, criamos nossos mecanismos de defesa, adquirimos vícios comportamentais, sedimentamos valores de acordo com cada cultura, cada região. Caminhamos lentamente a procura de nós mesmos. O que justifica atos bárbaros que ainda praticamos? Por que uns seguem sem muitos percalços, e outros caem a todo o momento, cometem falhas, se desculpam, cumprem pena restritiva e logo mais começam tudo de novo?  Dizem que é culpa do livre arbítrio que temos por causa de nossa inteligência, até que é plausível de compressão, mas que inteligência é essa que se resvala pelo submundo de nosso cérebro e provoca reações perversas, desonestas e às vezes incompreensíveis? Volto a perguntar: porque uns e outros não? Será necessário retornarmos no tempo, começar tudo de novo? Ou esperar o juízo final, onde será separado o joio do trigo? Acontece que começará tudo novamente, lembra-se da Arca de Noé? Era de se esperar um novo mundo, e o que vemos hoje? Onde está o erro das ações perfeitas?

Portanto a conclusão que chegamos é que precisamos mais do que reflexão, o que precisamos é de tomadas de decisões e atitudes que realmente transforme alguma coisa, mesmo que seja simplesmente um comportamento que nós imaginamos seja insignificante, pode fazer a diferença. Enquanto não nos posicionarmos responsáveis pela sociedade na qual vivemos, não teremos o compromisso de nossa própria mudança de atitude, delegaremos tudo para terceiros, transferindo as nossas necessidades para o governo, a política, nossos pais, nossos professores, amigos, e daí começa outra longa história que poderemos discutir em outro artigo.

O que mais nos revolta é o silencioso grito dos inocentes, o choro dos pequeninos, o sofrimento de muitas mulheres que ainda são espancadas, a fome de muitas crianças, as diferenças econômicas e financeiras e em contrapartida a indiferença dos comandantes, dos que detém o poder. O que esperamos dos líderes religiosos? Que nos guie aos caminhos do bem? O bem por sua vez vence o mal?

E naquela rua, naquele momento presenciamos um dos atos perversos do ser humano, conferindo que muito há ainda em nós da animalidade primitiva, muito ainda nos falta para dela nos livrarmos.

Pense nisso.