quarta-feira, 11 de abril de 2012

Lixão virtual, lixão real, qualquer semelhança é mera coincidência...




Está iniciando uma telenovela em uma emissora de TV, que trata a dura realidade dos brasileiros que vivem do lixo. Seria melhor dizermos que se trata de simples ficção, mas acontece que o retrato apresentado na dramaturgia é realmente o que se passa, ainda, no cotidiano de milhares de cidadãos desse país tão vasto, rico em sua exuberante natureza. Rico em produção de alimentos, que compõe a cesta básica necessária para a nutrição e bem-estar de todos.

Infelizmente, o que observamos são classes se privilegiando mais do que outras do que oferece o solo brasileiro. Temos uma produção suficiente para abastecer a economia do país, que por sua vez, deveria prover as necessidades básicas de seus cidadãos. No entanto, o que vemos são pessoas que sentem fome, frio, sofrem em filas infindáveis para tratamento de sua saúde e aguardam em cadeiras de fio e quando bem alojados estão em macas nos corredores de hospitais.

Em nosso sistema de saúde pública se anuncia pelos meios de comunicação a compra de aparelhos de alto padrão tecnológico, como o robô que realiza cirurgias complicadas e etc., mas, em contrapartida, existem hospitais fechados pelos rincões do Brasil, todo equipado, sem funcionamento por falta de recursos humanos. Enquanto isso em várias regiões do país, cidadãos sofrem por falta de um leito para tratamento, ou simplesmente fazer um exame que demora meses para ser realizado! O que está errado nesse processo?

Será um dos fatores, a má distribuição de renda do nosso sistema de divisão de classes? Classificado como um país que luta para atingir um patamar de igualdade com países do primeiro mundo, presenciamos no Brasil disparates que estão longe de nos equiparar com os países desenvolvidos. Pagamos um preço muito alto, ou melhor, o mais alto, para manter nossos parlamentares em suas funções e ainda existe a necessidade de “ajutórios” disso e daquilo, tornando ainda mais gordo o salário dos mesmos. Por falar nisso, enquanto os professores da rede municipal e estadual de todo o pais e não poderia deixar de serem, os de Dourados também, saíam às ruas em manifesto para reivindicar melhores salários, piso para a classe, direitos justos e até humildes e esses mesmos parlamentares nada fazem por esses profissionais que se dedicam ao ensino.
Enquanto isso....os vereadores de nossa cidade aprovavam, sem maiores discussões, o aumento de seus salários! Com as mesmas regalias dos demais parlamentares de grandes centros. Onde eu estava mesmo? Ah! No lixão! Na telenovela! Mas não precisamos ir para o mundo da ficção, vamos até o lixão de nossa cidade, presenciaremos cenas iguais, e em nosso pensamento surgirá a seguinte frase: qualquer semelhança é mera coincidência...

E os homens das leis, sentam em cima de seus valores, se remexem daqui e dali, e seus olhares não passa além de seus umbigos, tal é a realidade do nosso cotidiano no saber político. Como orientar nossas crianças, adolescentes e jovens? Se os parâmetros apresentados fogem dos conceitos dos grupos sociais, educacionais e religiosos? O que terá de acontecer para a reversão da atual situação que passa o Brasil? Como diria Boris Casoy “Isso é uma vergonha”! E a vida vai passando os valores invertidos vão se sedimentando, arraigando na mente de nossas crianças, que o melhor é levar vantagem em tudo, o que nos interessa é nosso bem estar.

Que Deus nos acuda! Acuda todos aqueles que precisam do SUS, que precisam recorrer ao lixão para suprir suas necessidades básicas, que precisam acreditar com todas suas forças, que ainda existe uma esperança para o nosso sistema político, para os nossos governantes terem a consciência da sua grande responsabilidade perante uma nação, perante uma sociedade e toda a sua gente.
Como diz o ditado popular: “a esperança é a última que morre!”

O que nos consome?



É grande a nossa confusão na entrada do século XXI.  Fala-se em tantas coisas, tantos direitos, igualdades, lutas sindicais, inclusão escolar, mercado de trabalho e parece que as coisas mais importantes se perdem nos recantos de nosso cérebro, como nossos aspectos emocionais e afetivos. Pois que estamos dedicando grande parte de nossa vida focados num único objetivo: “ter”. O consumismo está tão impregnado em nós que é fácil observamos os transeuntes em grandes centros e em hora de pico, levando o grande conflito gerado pela impotência de acompanhar os apelos consumistas comandados pelo sistema capitalista no qual estamos inseridos.

Os apelos das propagandas são tantos, seja, de forma visual ou sonora, que sem exagero podemos dizer que somos escravos do sistema. O consumismo tem pautado nossa vida ao mesmo tempo em que nos classifica dentro de um limite possível de consumo. São as divisórias que determinam a que classe pertencemos: se a uma minoria que é privilegiada, pois são detentores dos recursos econômicos; se a uma classe mediana que realiza todo o trabalho técnico e burocrático; ou a uma grande maioria que se atropela para suprir as suas necessidades básicas e que consome para provar que também pode fazer parte desse mundo utópico do supérfluo e do maravilhoso, fazendo para isso todo o trabalho braçal, que gera o salário da mediana e os privilégios da minoria.

Uma das finalidades do consumismo é gerar tensão entre as classes, ou seja, a pobre deseja ser média e a média almeja ser a rica. Os conflitos e a forma desesperada de conseguir se igualar a classe imediata tem nos cegado a ponto de esquecermos que a vida é curta, e que a maior riqueza que possuímos são as pessoas próximas e o nosso tempo quando bem aproveitado. A nossa reflexão perpassa pelas nossas reais necessidades, o que realmente precisamos para se ter uma qualidade de vida favorável para bom desenvolvimento nosso enquanto pessoa e cidadão? 

Porque paralisar?




Nos dias 14, 15, 16 estará acontecendo a paralisação nacionalda educação. Todas as escolas públicas irão paralisar as atividades para reivindicar a implantação integral da lei do PISO (11738/2008), o plano de cargos e carreirados profissionais da educação e a destinação de dez por cento do PIB para o PNE(Plano Nacional da Educação).

O PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO é um projeto que contem 20 metas para a melhoria da educação pública para ser cumpridos pelos governantes nos próximos 10 anos, de 2012 a 2021. Esses dados e a chamada para todos os trabalhadores das escolas públicas, é o que o SIMTED-Sindicato dos Trabalhadores em Educação estão enviando para todas as escolas e divulgando na imprensa local. Na verdade essas reivindicações já vêm acontecendo desde há muito tempo, pois que a cada dia que passa o professor sofre com a desvalorização do salário e em consequência, a própria desvalorização profissional. O que se percebe é uma classe de profissionais que luta a duras penas com jornadas de trabalho exaustivas e que contribui para muita das vezesrecorrer a atestados médicos, devido a essas horas de empenhopara aplicar uma aula de qualidade, que ultrapassa a carga horária estipulada em seu contrato de trabalho e em consequência acarreta problemas de saúde.

O que se propõe com a paralisação é chamar a atenção da sociedade, das vantagens que terão com a valorização dos educadores, se ganha em qualidade de ensino, diretamente as crianças dos CEIMs,(Centro de Educação Infantil), alunos e alunas das escolas públicas, nesses dias portanto a luta é de todos por uma qualidade na educação pública.

O que não conseguimos entender é a falta de vontade política dos governantes, em se fazer cumprir a lei, em dar crédito para profissionais que muito contribui para a transformação de uma nação, pois como diz Paulo Freire “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.Os gestores, esses que deveriam garantir os direitos dos cidadãos, e primar pela qualidade de todas as ações e responsabilidades do Estado, parecem que fecham olhos e ouvidos, num deixa para lá, contínuo e irritante que fere a autoestima daquele que tem brios e luta, por sua vez, como cidadão brasileiro que não desiste nunca. É chegada a hora de levantar a voz, de conscientizar nossos jovens e adolescentes, que se o caminho da mudança está longe e às vezes fica deserto, se faz necessário e’ urgente!

Em uma carta aos pais a FETEMS- Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul diz que “nossa luta é também a de todos que reconhecem nos profissionais em educação pessoas importantes e decisivas para a formação de nossas crianças e adolescentes. Para que eles se tornem cidadãos mais éticos, justos e comprometidos com as causas sociais”.

É preciso que se faça um comparativo salarial com as demais profissões para ter noção da perda salarial dos professores no decorrer de longos anos. Não é tão simples assim, apenas uma paralisação, é uma reivindicação justa, digna e legal,o PISO É LEI, A GREVE É LEGAL.
Pense nisso.