quinta-feira, 8 de março de 2012

O Dia da Mulher



Mais um ano de comemorações, do dia, da semana, do mês da mulher. Fala-se das mulheres negras, indígenas, trabalhadoras, mães, executivas, educadoras, enfim todas as mulheres de todos os matizes e credos são homenageadas e louvadas. Há quem diga que a principal missão da mulher é ser mãe, e que, (pasmem) “ser mãe é padecer no paraíso!.”


Em reunião com profissionais da educação foi perguntado: por que o número de educadoras é maior do que o de educadores? A resposta foi que a ideia que se tem de professora é a substituição da mãe, ou seja, da família. Essa concepção não é um conceito da sociedade antiga e sim da sociedade contemporânea, inclusive nos meios educacionais, onde inconscientemente a educação em todos os sentidos está sendo terceirizada, cabendo ao Estado a maior responsabilidade.

Outro fator preponderante é o lugar da mulher na política, nos grandes movimentos, grandes empresas, cargos executivos, as mulheres ainda perdem de longe para os homens, apesar de termos no comando geral do Brasil uma mulher, não caracteriza que a mulher já ocupa funções de destaque em toda estrutura, política, social, econômica e de estratégias diplomáticas e internacionais.

Hoje dia 08 de março o que temos para comemorar? Acredito que antes de comemorar deveríamos refletir. Refletir o que os considerados avanços das lutas feministas trouxeram para nós mulheres. Como temos nos comportados diante dessas conquistas? Uma vez que conquistamos espaços, e com eles as jornadas duplas, triplas de trabalho, e esquecemos-nos de dividir e acabamos somando as funções múltiplas que englobam as tarefas da mulher, ou melhor, que deveriam ser de todos componentes familiares, desta forma somos trabalhadoras que se destacam pela criatividade, dinamismo e porque não dizer dos malabarismos a que somos submetidas em nosso cotidiano, para que tudo fique em consonância com o bem estar de todos, digo, filhos companheiros, colegas de trabalho...

A todo o momento temos que nos desdobrarmos para comprovar que merecemos o lugar que ocupamos na sociedade, o tempo das queimas de sutiã, comandada pela filósofa Simone de Beauvoir, ficou guardada na memória, o que ainda precisamos segundo Simone é  “reivindicar que  homem e a mulher  se reconheçam como semelhantes, enquanto não se respeitarem como pessoas em que, do ponto de vista social, política e econômico, não há a menor diferença, os seres humanos estarão condenados a não verem o que têm de melhor: a sua liberdade.”

Portanto, nas reflexões do dia da mulher e em suas comemorações se faz necessário ir além das lembranças gloriosas e de leis que garantem os direitos da mulher. É preciso que em nosso cotidiano, em nosso fazer a vida, estarmos atentas para nós próprias, mudarmos os nossos conceitos arraigados em nosso sistema emocional, inculcado por uma cultura machista e que longe ainda está de ser extirpada de nossa sociedade.
Conquistamos as duras penas vários direitos, teremos que vivencia-lo, acreditar, deixar que as forças, as mesmas que temos guardadas em nossas entranhas, possam se fazer presente em todas situações que se apresentarem como desafio, para que, dia chegue, pleno de igualdade de condições entre seres humanos sem definição de homem e mulher.

Salve 8 de março, dia de todas as mulheres!

domingo, 4 de março de 2012

Eleições e cidadania




Estamos em pleno ano eleitoral, período em que se organizam as grandes campanhas, com reservas de “custo para as mesmas”, oriundas de onde não se sabe, pois todos os partidos juram honestidade eterna e compromisso com o cidadão.

Esses recursos de campanhas eleitorais servem principalmente para garantir os votos de cabresto, ou seja, os comprados, forçados ou incutidos na mente do cidadão mais desavisado, que ele deve isso a determinado político, pois o dito cujo lhe “doou” uma receita médica, uma cesta básica sem critério social, lhe encaminhou para algum serviço público, deixando bem claro como essa atitude demonstra a sua “preocupação” com a vida do cidadão.

 Vale ressaltar os cartões de felicitações de aniversário, natal e dias corporativos das classes trabalhadoras, sem contar também com a pressão sofrida do empregado pelo empregador, seja ele do setor privado como do público, de forma que, na preocupação de manter o seu “cargo”, toma decisões que violam o seu direito e o pleno exercício de sua cidadania. Mas não podemos nos condenar por muitas vezes cairmos no conto do vigário, pois, tudo isso é bem pensado e articulado pelos assessores muito bem pagos (com dinheiro público), de como atingir melhor o eleitor! Dai acontece de sermos enganados, ludibriados e manipulados da forma mais perversa existente: o controle de sua vontade que acaba cerceando a sua liberdade, o bem mais precioso do ser humano.

Em outubro, mais de 135 milhões de brasileiros aptos a votar irão para as urnas, opinar no futuro de seus municípios ao exercer sua cidadania para manutenção do estado democrático em que vivemos, onde todos cidadãos possuem direitos iguais de participar das decisões coletivas, portanto é o melhor momento de dizermos que não precisamos de políticos que abraçam criancinhas em público mostrando sorriso de quem ama os pequeninos, nem dos que posam para fotos abraçados com trabalhadores, idosos e muito menos daqueles que mostram o que não são. Precisamos de políticos sérios e competentes que analisem os problemas sociais com seriedade e pensem em uma solução plausível em conjunto com a sociedade.

Será que algum político pensa realmente em solucionar os problemas da saúde publica, por exemplo? Ou melhor, será que eles conhecem os mecanismos mais profundos de atendimento na saúde pública? Será que já a utilizaram? Cidadãos que tem condições de pagar um plano de saúde privado não utilizam o Sistema Único de Saúde. Mas e os que não compartilham desse privilégio? Pensam com seriedade no assunto?
É pauta de campanha eleitoral? As propostas são sempre vagas e nunca efetivadas. Até quando? A sociedade como um todo é extremamente responsável no quesito de mobilizar, de mudar, de fazer com que realmente se cumpra as leis de controle social, fiscal. Nós não nos habituamos a conferir as prestações de contas do investimento econômico para o desenvolvimento das políticas públicas de nosso país, que abrange o estado, o município. Por falar em controle social, percebo certo marasmo e torpor relacionados ao trabalho dos conselhos (em todos os âmbitos e em todas as esferas), parecem amordaçados e imobilizados por forças desconhecidas.

Diante do importante ano eleitoral que vivenciaremos, é preciso que tenhamos o discernimento e a esperteza (a mesma com a qual somos tratados pelos candidatos), na escolha de nossos representantes, procurar analisar com calma e sem emoção partidária ou de cunho pessoal e/ou social, para que possamos ser cúmplices de uma ação transformadora no exercício de cidadania consciente, onde o voto de cabresto possa passar pelos anais da história como um período nefasto de manipulação das fraquezas e carências humanas onde o individuo é usado ao bel prazer de uma classe dominante sem escrúpulos e com um poder até digamos sobrenatural de aproveitar de momentos difíceis de um povo, simplesmente para sentir na alma o perverso gosto do poder e sarcasmo que tem a enganação. Portanto é necessário urgentemente tirarmos as vendas de nossos olhos, precisamos urgentemente treinar nossos ouvidos e olhos, enfim todos os nossos sentidos contra os políticos utilitaristas e manipuladores que querem acima de qualquer coisa tirar vantagem em tudo.
Pense nisso.