sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Preconceito nosso de cada dia


Falamos que pertencemos a um país livre, democrático, leia-se democrático como “uma sociedade em que as opiniões são livres e, portanto, são forçadas a se chocar e, ao se chocarem, acabam por se depurar”, no entanto insistimos nos preconceitos nossos de cada dia. Não toleramos quem quer que seja, a afrontar nossas idéias e valores, não importa se esses valores são arcaicos e ultrapassados, importa que diferem do nosso modo de pensar, pensar esse que muita das vezes nasce de ações impensadas, que levam pela execução da superficialidade.


Se analisarmos a nossa história, veremos que passamos por um processo, digamos que, de constante busca de algo para julgarmos e dar a nossa pronta opinião. Somos levados pela impulsividade e superficialidade e generalizamos sempre, sendo que, em geral o ponto de partida do preconceito é justamente essa generalização do tipo: “todos alemães são prepotentes”, “todos americanos são arrogantes”, “todos os ingleses são frios”, “todos os baianos são preguiçosos”, “todos os paulistas são metidos”, etc.

Segundo o filósofo italiano Norberto Bobbio, “precisamente por não ser corrigível pelo raciocínio ou por ser menos facilmente corrigível, o preconceito é um erro mais tenaz e socialmente perigoso”. É assim que de época em época escolhemos algum movimento, alguma ação comportamental, para analisarmos sob nossa ótica e julgar à nossa maneira, como o preconceito da classe social, contra deficientes, preconceito racial e por fim, o que está atualmente causando horror (nessa classe) o da orientação sexual.

Vemos nos noticiários a grande perseguição sofrida por homossexuais, chegando às atrocidades de espancar, matar, achincalhar, denegrir, discriminar... quem somos para julgar o comportamento de outrem? Para excluir, não somos todos iguais? Filhos de Deus? Atire a primeira pedra, aquele que nunca pecou... Enquanto estamos preocupados em analisar a vida alheia, deixamos a nossa própria a revelia, causamos sofrimento e dor desnecessários e por quê? Para que?  

 Ainda segundo o filósofo, existe a hipótese de que a crença na veracidade de uma opinião falsa só se torna possível por que essa opinião tem uma razão prática: ela corresponde aos desejos, às paixões, ela serve aos interesses de quem a expressa. Sejamos sensatos, estamos livres de acontecimentos que condenamos?
Não olhe pelo buraco da fechadura, escancare a sua porta, deixa a alegria entrar, seja solidário, fraterno, não resmungue tanto, não tenha limite para o amor e ame incondicionalmente, assim como você quer ser amado. Pense nisso.

domingo, 17 de julho de 2011

E a vida continua....


A vida anda a passos largos e precisamos acompanhá-la de forma eficiente e com bom preparo físico. As facetas apresentadas como ideal pela cultura social na qual estamos inseridos, de bem viver, exige tanto que chegamos ao extremo de nossas condições físicas, emocionais, financeiras...

Das experiências que tive, muitas coisas aprendi. Vivi, sofri, chorei, me lamentei, sorri, fui feliz. Aprendi que não adianta ir para lá e para cá, há que se ter uma rota definida, um farol que nos orienta pelos caminhos a percorrer, pois o que nos sobra sempre, somos nós mesmos, com todas nossas imperfeições e também nossas perfeições, com nossos erros e acertos. Usufruímos  da presença das pessoas que conquistamos (às vezes por demais até) e as afastamos pelo nosso desejo de posse, como se isso fosse possível.

Sempre queremos que tudo seja como nosso universo interno, formulado em nossa mente e extravasado em sentimentos compulsivos de tristeza e dor ou euforia exacerbada e quando muito nossa apatia aparentemente sem fundamento. Percorremos um longo caminho a procura do ideal, tropeçamos em obstáculos gigantescos, enfrentamos desafios, construímos aparatos de defesa que longe estão do completo, do medianeiro entre a paz e a guerra.

Por onde andamos desde o homem das cavernas? O que construímos ao longo de nossa trajetória evolutiva? O que vimos e o que fizemos? Perdemos-nos muitas vezes pelo processo da busca de nós mesmos, perambulando pela vida como sonâmbulos, criando fantasmas que longe estão de existir.

Analisamos que nos complexos caminhos mentais estamos em constantes conflitos, conflitos estes que nos proporcionam e nos impulsionam para o conhecimento de nós mesmos, isso é, se tivermos o discernimento da auto-análise e da corrigenda de nossas falhas.

Penso, portanto, que onde quer que estejamos, estaremos conosco mesmo, aqui e acolá, teremos que aprender a nos respeitar, deixar de violências conosco mesmo, amar o que nos compete, livremente, sem delongas, em doação constante, liberando o que de melhor temos, para o nosso próprio bem e de quem participa conosco nessa já tão difícil e atribulada vida.

Digo-lhe, desprenda do que lhe faz mal, não aceite ser subjugado, apesar de tudo, tudo mesmo, a vida é bela e (a priori) temos que vivê-la! Pense nisso.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Análise em uma fria manhã




Abro os olhos em uma fria manhã Douradense, o dia está chuvoso e parece que o sol nos abandonou... Um calafrio percorre meu corpo. Da janela do meu quarto, onde me espreguiço, não querendo sair da minha confortável e quente cama, aprecio as gotas da chuva que insiste em cair e finalmente: levanto-me. Faço a higiene matinal, vou até a caixa de cartas, pego as correspondências, o jornal... faço meu café e passo os olhos pela página principal do jornal onde leio em letras garrafais: FAMÍLIAS PASSAM FOME E FRIO EM DOURADOS, e eu tomando o meu quente café.

Uma lágrima insiste em rolar pela minha face. São tantas lutas tantos anseios, tantas esperanças depositadas nas urnas,  em todas as eleições, nacional, estadual e municipal, que não entendemos o absurdo de campanhas de agasalho, campanhas essas emergenciais e paliativas. Fotos centrais de famílias se aquecendo em fogo na lata, onde a fumaça paira pelo humilde barraco, denunciando o pouco caso do poder executivo, do legislativo e de toda uma sociedade que se diz acordada para a solidariedade, mas é muito pouco um prato de sopa, uma cesta básica de alimento, um cobertor.

Você se sente feliz? Quer fazer a caridade? Tudo bem é o que você sabe como ser humano, é o que aprendeu durante toda uma vida: “amar o próximo como a si mesmo”, mas que amor é esse que segrega, que exclui, que escraviza? Você dirá: e as políticas públicas, que garante os direitos do cidadão? Que provê as necessidades básicas das famílias? E os recursos oriundos das três esferas de governo, devolutiva dos impostos que pagamos?

O que fazer diante de situações tão drásticas como a que presenciamos aqui em nossa querida Dourados? Campanhas de agasalho? Doação de alimentos? O povo merece mais. Merece a efetivação de uma política que foi implantada para garantir o seu direito, de uma vida digna de cidadão brasileiro.

Estamos em uma zona de conforto e dela não queremos sair, não conseguimos olhar verdadeiramente para o “lado de lá” e o mais incrível é que não percebemos e nos sentimos o máximo! E o mais incrível ainda são as falácias dos políticos, governantes e os que se dizem defensores dos fracos e oprimidos, o que fazem? Será que é necessário manter o povo miserável, para nas próximas eleições baterem em suas humildes casas oferecendo-se para comprar os seus sonhos?

É preciso ter governantes e governados, admito, mas o que precisamos é hombridade, probidade, honestidade e o principal de tudo: vontade política dos que se habilitam a defender um povo. É preciso que nos acordemos para a realidade, quem paga aquele que se diz o mandante? Quem o colocou no lugar em que está? Precisamos pensar politicamente, já sofremos tempo suficiente demais para amadurecermos e analisar friamente a situação em que nos encontramos e se queremos permanecer assim mesmo. Pense nisso.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Viver é Preciso



Ao pensar no movimento planetário, um calafrio percorre meu corpo, sinto que o sangue que corre em minhas veias, fervilha, enlouquece, depara-se com ventos vindos do centro do país que o congela. São tantas as tentativas de entendimento que no decorrer do tempo perco-me nas variadas formas de apresentação da vida. O que pensam os donos do Poder no auge de sua glória nefasta e de sua retórica ultrapassada e manipuladora, dos pobres mortais? Sugam-lhe as entranhas do saber, tornando-os títeres, bonecos conduzidos pelo caminho que lhes aprouver.

Quando analisamos o contexto social no qual estamos inseridos, nos assombram caminhos percorridos para chegarmos aonde chegamos, foram tantas lutas, tantos povos subjugados, tanta miséria, tanta alienação com o “terrível monstro frio” nos devorando que fica muito difícil uma enérgica reação.

Diz o poeta; “Navegar é preciso. Viver não é preciso”, em análise geral e não profunda, de pronto podemos constatar a importância de criarmos, em nosso quadro mental, o gosto de sonhar, de sair do marasmo, criar a coragem do embate. Navegar é preciso, é preciso conquistar novos mares, desbravar novos ambientes, conquistar a inocência perdida, nesse mundo onde tudo paira a beira da loucura. Navegar, sonhar, buscar a realização dos ideais, seguir em frente em busca de nós mesmos.

Viver não é preciso, onde essa vida robótica, condicionada, desconexa da nossa essência pela falta de opção, pois que, tudo se torna planejado e implantado em nossa mente por mecanismo de controle coletivo, tão invisível que não percebemos. Dessa vida não precisamos. Precisamos conquistar o domínio de nós mesmos. Paramos por um tempo longo demais, indefinido demais, observando passivamente os caminhos apresentados e indicados como modelo de vida.

Não sabíamos aonde chegaríamos, como não sabemos ainda, por isso precisamos nos superarmos, como diz Nietzsche, em um discurso de Zaratustra: “ Chegou o tempo para que o homem se fixe em um objetivo. Chegou o tempo para que o homem  semeie o germe de sua mais elevada esperança. Para isso, seu solo é ainda bastante rico. Mas um dia pobre e árido será esse terreno e nele já  não poderá germinar nenhuma grande árvore.”

 O tempo é esse, o momento é agora, a nossa vida é por demais preciosa para a negligenciarmos. Viver é preciso, com sabedoria, sem fraquejar diante dos embates, acordar para a verdadeira vida, sem medo e sem peias, pois nascemos livres e livres devemos continuar para escalarmos a grande montanha do saber, da felicidade, da realização plena como seres humanos.
 Estamos à procura de que? Pense nisso.