No século em que se fala e se vive a era da globalização, dos avanços tecnológicos, da medicina, das formas de livre expressão religiosa, credos e crenças, supomos que caminhamos a passos largos para o progresso e para a vida plena! Quanto ingênuo somos ou quanto cruéis somos. Pois construímos uma sociedade dicotômica, exacerbada em seu egoísmo e orgulho, enquanto marcha célere rumo a uma realidade por demais insensata e destruidora. Digo que à beira de um mundo utópico, frio e calculista, diferem-se os modos de vida! Enquanto uns fartam-se na bonança e nos desvarios das falcatruas, outros tem como seus lares a rua, a praça, a sarjeta...
Num país dito democrático, existem cidadãos impossibilitados de exercerem a sua cidadania, no que de mais representa esse exercício, o seu voto! Ainda penam sem teto, sem documento, sem lenço... Segundo o sociólogo Juraci Antonio de Oliveira, “os direitos humanos foram uma conquista ao longo da historia da civilização e que ainda hoje, em pleno século 21, é um campo que se encontra longe do consenso. O mesmo ocorre com status de cidadão. Poderíamos dizer que no limite, moradores de rua e tantos outros excluídos, são cidadãos, porem não são tratados como tal, não exercem seus direitos e deveres dentro dos padrões minimamente aceitáveis”.
Das metrópoles onde a quantidade desses brasileiros “sem identidade” é grande, também se encontram esparramados pelas pequenas cidades, isso mesmo, moradores em situação de rua, que preferimos não ver para não nos sentirmos culpados, fazemos, portanto “vistas grossas” e tornamos o cidadão morador de rua invisível, ignorando seu penar.
Faltam políticas públicas, saúde, abrigos, tratamento para dependentes químicos, falta amor e seriedade. Que Dourados após enfrentar um período de turbulência, descrença e dor, saiba realmente dar a volta por cima e que a nova administração pense na população como um todo, pois todos são sujeitos de direitos e se vivemos uma democracia, que seja plena!